Uma missão urgente foi enviada para Izuku Lee, um mensageiro ia até o encontro do chūnin, que explicaria qual era sua missão, ou melhor, suas missões. Um dos ninjas experientes da vila foi capturado por uma gangue conhecida como Kokuyo, ele foi pego numa ilusão e não resistiu a uma batalha contra fortes oponentes. O recém graduado deveria ir ao resgate do ninja, além de derrotar o chefe daquela gangue.

A localização do esconderijo da gangue foi encontrada, e o mapa para o lugar estaria no portão, a espera do chūnin. O local era a seis quilômetros ao norte da vila, atrás de uma cachoeira.

Depois de toda a viagem e de atravessar a cachoeira, Izuku encontraria seu primeiro inimigo. Um dos membros, ele era parrudo, um adversário a altura do chūnin e estava a quinze metros dele. Ao ver o garoto de cabelos azuis, ele partiria em sua direção, com a tentativa de agarrá-lo. Ele era extremamente forte, talvez socos e chutes não fossem surtir efeito no primeiro momento.

Considerações:

— Obrigado moço! Você parece um super-herói, sabia? Com esse cabelão, essa roupa. Qual seu nome? Seu Super nome. — A alegre criança pulava agradecendo o jovem Izuku, que com um sorriso largo em seu rosto entregava o felino do topo de uma árvore. Ao ter seu ''Super'' nome questionado, não conseguiu pensar em nada que fugisse do seu verdadeiro nome. Então se abaixou, igualando a altura com o pequeno rapaz a sua frente. — Que nome você acha que eu deveria ter? — O jovem azulado entregou a decisão ao primeiro a chama-lo de herói. — Hmm... Go... Gogeta! Combina com seus olhos. — Pensativo, a decisão veio após alguns segundos de incerteza do pequeno. Izuku, ou melhor, Gogeta, se levantou, levando ambas as mãos até sua cintura. A brisa do Vilarejo da Nevoa batia em seu corpo, elevava a faixa azul de sua cintura contra o movimento dos ventos. — Hahaha, vou me lembrar desse nome. Se cuida garoto! — Se despediu do jovem, erguendo a canhota em um aceno. No caminho de volta para seu apartamento, o Chunin foi parado por um dos mensageiros do vilarejo, apressado para lhe entregar uma carta. As informações escritas no papel solicitavam a presença do ninja com urgência, explicava os acontecimentos, deixando-o apreensivo. — Genjutsu... — Sussurrou frio, apertando levemente o papel. Guardou em seu bolso, junto com algumas armas que carregava nas bolsas da cintura. — Ainda tenho muito trabalho para ser chamado de herói, garoto. Mas obrigado pelo voto de confiança. — Não tinha como ignorar as palavras que ouviu do garotinho. O brilho azulado de Izuku o guiava ate os portões do vilarejo, o sorriso heroico no rosto marcava sua presença nas ruas.

Ao chegar nos portões, o jovem arranca alguns olhares curiosos com sua aparência, com os músculos destacados de seu corpo a mostra vestindo apenas aquela jaqueta amarelada. Passava por alguns guardas no portão, e estes entregavam o mapa da base inimiga. — Bom, fiquem de olho no vilarejo enquanto eu estiver fora, haha. Bom trabalho pessoal. — Acenou com a destra enquanto ia se distanciando dos portões de Kirigakure. Com algumas horas de caminhada pela névoa e um pouco de mata, precisou rever o mapa poucas vezes, facilmente encontrou a cachoeira devido ao barulho que sua queda emitia. — Isso até que foi fácil. — Comentou coçando o queixo, guardando o mapa em sua bolsa direita. Mas antes de se planejar, um brutamontes atravessava a água, jorrando-a para os lados enquanto seu corpo rustico não se incomodava com a força da queda sobre a cabeça. — Ai, vamos conversar? Vamos.. ei, calma! — Izuku se surpreendeu com a velocidade do grandalhão, precisando erguer rapidamente seu corpo, tocando-o pelos ombros para se esquivar.

O tamanho daquele cara deixaria tudo mais difícil, seu corpo claramente era resistente, não iria conseguir feri-lo de maneira limpa. Ativar algum dos oito portões de chakra era a opção mais fácil, mas entregar o ouro para o inimigo não teria nenhuma graça. Queria brincar, conhecer do que aquela gangue era realmente capaz, e por que não me desafiar um pouco? Posicionado a vinte metros do grandalhão, apontei a minha destra com as mãos em formato de pistola. — Disparo Hipnótico, PIU! — Tentei forçar alguma saída de chakra, uma ilusão, minha mente imaginava algo grandioso, algo que faria a mente do inimigo ir a loucura.

Izuku, ou melhor, Gogeta, avistava seu primeiro adversário. Como dito antes, o brutamonte era resistente a golpes normais de taijutsu, por isso o chūnin de Kiri deveria arrumar uma outra forma de derrotar o inimigo. Desviando da primeira investida do gigante, o shinobi pensava em formas de parar aquele homem. Fazendo um gesto até que caricato, ele anunciava um ataque… uma ilusão. Porém, nada ocorreu. O seu Disparo Hipnótico nada mais foi que um teatro, o ninja não tinha noção e nem habilidade de como fazer um genjutsu, mas era uma tentativa válida. O seu inimigo, dessa vez, arremessava pedras grandes em sua direção, com uma força descomunal. Cinco grandes pedregulhos viriam em sua direção, um após um segundo e meio do outro. O homem estava a trinta metros de Izuku.

Considerações:

Mesmo que tentasse com todas as suas forças, haviam áreas que o Chunin nao conseguia atingir com sua força. Não importava o quão forte ele era, o quão fácil poderia derrotar o inimigo se utilizasse tudo o que sabia fazer, Genjutsu e Ninjutsu continuavam sendo inacessíveis por algum motivo. Sabia que, dentro do Clã Lee, esse detalhe era algo comum entre os membros e muitos não se importavam com isso. O orgulho de utilizar os próprios punhos para resolver todos os problemas corria na veia do azulado, mas a busca da paz era um enorme desafio, com enormes dificuldades, enormes inimigos... e quanto mais poderoso pudesse ficar, melhor seria. O Disparo Hipnótico não surgia efeito, ficava a atender que o guerreiro estava apenas brincando com o inimigo. A irritação do outro veio com as enormes pedras que arremessou, com sua força descomunal que superava até mesmo Izuku em sua forma básica. Mas graças a seus reflexos aguçados, bastou saltar mais uma vez, tocando rapidamente a pedra para ganhar um segundo impulso para cima, aproveitando-o para se esquivar dos arremessos seguintes, girando para trás. A dança que fazia nos ares era propicia para investir contra o inimigo, podendo aplicar estilos de lutas únicos e vence-lo naquele momento, mas por que não usa-lo como cobaia de novas habilidades? O disparo não havia surgido efeito, mas e se o problema fosse o método de execução, e não a inabilidade?

Estava a cerca de trinta metros do inimigo, matutando como poderia explorar os meios de utilizar Genjutsu. — Como era mesmo? Tenho que fazer meu chakra ir até ele? Mas não é parecido com ninjutsu? E se eu tentar de outra forma? Tipo... tipo convencer ele a algo. — Izuku parecia não estar levando nem um pouco a serio aquele combate, mas isso fazia parte do seu jeito de enxergar as coisas no novo momento de sua vida. Desde a academia, toda a dificuldade que tinha em Ninjutsu e Genjutsu era mascarada pela vontade e determinação de vencer, pelos punhos poderosos de Izuku. Mas havia chego a hora que seus punhos encontravam inimigos a altura e estratégias precisavam ser trabalhadas. Izuku partiu na direção do brutamontes, com sua agilidade, visando um salto, o mesmo utilizado para evitar as pedras. A destra do Chunin pousaria sobre os ombros do grandão, enquanto sua canhota passava lentamente sobre sua vista, sussurrando para visar um transe. — Durma... — Ao cair para as costas do homem, recuaria aguardando a confirmação de seu poderoso genjutsu.

O combate que ali se formava parecia perder toda a seriedade conforme Izuku desviava dos ataques. Para ele, tudo poderia ser uma brincadeira. As pedras grandes arremessadas contra ele pouco surtiram efeito, somente um gatilho para movimentos acrobatas do chūnin.

O garoto de cabelos azuis ficou criando motivos em sua cabela do porquê sua tentativa de genjutsu ter dado errada. Lembrou-se de sua família, onde seus membros também tinham esse problema com genjutsu, mas também com ninjutsu. Para ele, no entanto, achava na hora que seria uma questão própria dele, e não da marca de seu clã. Por isso novamente decidia por tentar usar a arte ninja das ilusões em seu inimigo de novo.

Com sua velocidade, ele se aproximava do inimigo com agilidade. Colocando as mãos no ombro do seu inimigo, ele tentava fazê-lo dormir somente passando a mão na frente do seu rosto. O movimento claramente não surtia efeito, apesar que uma pequena quantidade de chakra era lançada. A situação deixou o seu inimigo inerte. Recuado, Izuku observava o que aconteceria. O brutamonte parecia ter sido pego, mas somente tinha ficado abismado com a tentativa de colocá-lo para dormir. Segundos depois, ele voltava a si, um pouco mais raivoso. Avançava em direção de Izuki tentando capturá-lo, se fosse efetivo, o jogaria em uma das paredes da cachoeira com uma força descomunal.

Considerações:

Pode sentir, mesmo de forma tão singela, a quantia de chakra que deixava a ponta de seus dedos. Por um segundo, achou mesmo que havia despertado o poder das ilusões, olhando para o efeito que surgia no inimigo. Mas durou nem mesmo um segundo para ele desperta do efeito básico que Izuku havia causado em sua mente. Mas aquilo foi o suficiente para sentir que era capaz, mesmo que tão brevemente ou de maneira básica, de compreender o uso do Genjutsu. Agora sabia que se treinasse o suficiente, seria capaz de até mesmo evoluir a arte para um nível mais elevado. — Então é isso... o chakra deve fluir para fora do meu corpo... mas por que é tão difícil fazer isso? Só consegui um pouquinho... Tsc... com certeza Yuji e Keisuke estariam rindo de mim agora... o que será que eles estão fazendo agora? — Olhou para a própria mão enquanto pensava em seus amigos, antes de desviar brevemente o olhar para o inimigo, que parecia se enfurecer com os movimentos acrobáticos de Izuku. O guerreiro de cabelos azulados elevou sua postura, o olhando de cima a baixo. Como um guerreiro puro e orgulhoso, sorriu chamando-o com a pontinha dos dedos. — Vamos dançar mais uma vez. — Provocava o oponente, queria utilizar a fúria do brutamontes controla ele mesmo.

Aguardou o movimento furioso do grandalhão. Tinha total intenção de utilizar seus movimentos brutos contra ele mesmo. No único momento disponível para utilizar seus reflexos, Izuku jogou seu corpo para o lado, girando-o rapidamente enquanto o braço esquerdo carregava um cruzado, soltando sua força de uma única vez na direção do queixo daquele homem. Não queria mata-lo, mas obviamente o ataque de Izuku não pegava leve, mas queria faze-lo dormir de verdade dessa vez. Se o golpe entrasse, e as intenções de Izuku se concluíssem, observaria a cachoeira caminhando com calma até alguns metros perto da queda d'agua. Abaixou, levando a mão direita ate o solo, limpando algumas folhas que cobriam uma pedra, grande o suficiente para encher a palma de sua destra. Mirou o centro da cachoeira e arremessou a pedra com toda sua força, aguardando parado ali mesmo alguma resposta. Se tudo estivesse calmo, saltaria para dentro da mesma e seguiria caminho a dentro da base inimiga. O sorriso não deixava o rosto do azulado, aquele era o símbolo de sua confiança, o sinal de deveria trazer para onde quer que fosse, para quem quer que fosse recebe-lo... inimigo ou aliado, todos veriam a marca no rosto de Izuku.

O genjutsu de Izuku era praticamente nada naquela batalha, mas a tentativa deixou um ensinamento que poderia ser usado posteriormente. O brutamonte novamente vinha em sua direção, mas a agilidade e velocidade do chūnin eram superiores por isso facilmente conseguia desviar e encaixar um contra-ataque certeiro em seu queixo, fazendo-o desmaiar.

Como forma de verificação, jogou uma pedra com toda sua forma na direção da cachoeira. Um barulho de metal ecoou pelas redondezas, fazendo pássaros voarem. Em seguida, uma voz surgiu. — Ei, que merda é essa?! Me ajudem! — exclamaria a voz masculina e grossa.

Com Izuku adentrando dentro da cachoeira, ele veria uma cela com um homem dentro, era o ninja de Kiri que fora capturado. — Finalmente mandaram alguém. — falaria.

Considerações:

Levantou a sobrancelha ao ouvir aquele estalo metálico que surgia após o arremesso do pedregulho. Quando seu corpo finalmente passou pela queda da cachoeira, havia nada além de uma cela, com um homem preso gritando por socorro. Sua maneira de falar, justificada pelo estresse do sequestro, tirava um leve riso de Izuku, que procurava na cela uma maneira de abri-la sem precisar recorrer a força. — Sabe se alguém te a chave? Aquele grandão lá fora talvez? — Abaixou para igualar sua altura com o homem de Kirigakure, aguardando uma resposta. Se fosse positiva ao seu questionamento, teria que sair novamente da cachoeira e ir até o brutamontes, esperando que ainda estivesse caído do golpe recebido. O caminhar do azulado era tão calmo que muitos duvidariam que estivesse em um território inimigo, seu olhar não expressava nenhum tipo de preocupação, e a maneira debochada ao se aproximar do corpo do inimigo era um ótimo sinal disso. Apalparia os bolsos das calças em busca de um som metálico de chaves se batendo, mas caso elas não estivesse com o homem, restaria utilizar sua força para abrir a cela.

Sendo assim, caso estivesse em posse das chaves, abria a cela do ninja de Kirigakure para iniciar a volta ao vilarejo. Mas a possibilidade de não conseguir obter a chave da cela também existia e nesse caso precisaria utilizar da força para abri-la. — Se afaste um pouco. — Pediu com calma na voz, buscando uma pedra ainda maior nos arredores da caverna. Chutava algumas pequenas, observando o tamanho de cada uma e se serviriam para causar um impacto mais resistente no metal. Quando encontrou uma, a usou com força, mas nem toda, para tentar gerar algum tipo de amassado no feche da cela. — Consegue me ajudar a empurrar? Vai ser mais rápido se trabalharmos juntos... — Sorriu, contribuindo com mais um golpe. Quando notasse uma fresta suficiente para abri-la, puxaria a porta para livrar o ninja de seu cárcere. — Meu nome é Izuku, sou um Chunin de Kirigakure. Você esta bem? Precisa de ajuda para andar? — Estendeu a mão para tira-lo dali, preocupado com seu estado atual de saúde. Se fosse necessário, o ajudaria com o impulso para deixar o interior da caverna, ate o gramado macio da mata. — Quem são os homens que te capturaram? Precisamos tomar cuidado... podem estar por perto. — Atento, seguiria visando retornar ao vilarejo prezando pela segurança no capturado.

Izuku entrou na cachoeira e encontrou o prisioneiro de Kiri, a situação não era nada cômica, mas para o chūnin aquilo era engraçado. Ao perguntar se a chave estava com o grandão que derrotou anteriormente, o experiente ninja simples dava com os ombros, não sabia. O ninja foi até o desmaiado homem e procurou pela chave da cela, nada encontrou, sobrou então a força para libertar o parceiro de vila.

O ninja pegou mais uma pedra que tinha por ali e atacou mais uma barra, a entortando. O ninja grisalho observou a tamanha força do novo companheiro, e fez uma cara de estranheza. — Por que você demorou tanto para derrotar aquele cara se é tão forte assim? — perguntou a ele. O pedido de ajuda foi acatado e ambos empurraram as barras, criando uma abertura.

Sem precisar de auxílio, ambos sairiam da cachoeira. E assim que vissem a luz do exterior, se deparariam com um grupo de homens. — Chamou reforços? — disse o homem do meio, aparentando ser o chefe, ao lado de seus comandados. — Você sabe que uma hora ou outra voltará para a cela, né, Yuito? Não tem como evitar meu genjutsu. — avisou. O grisalho colocou a mão no ombro de Izuku. — Não seja pego no genjutsu dele. — falou para o chūnin.

A disposição do ambiente era a seguinte: uma linha de sete homens, um ao lado do outro, com o chefe no meio, armados com armamento pesado. Os inimigos estão a trinta metros de Yuito e Izuku.

Depois de cinco segundos do aviso, todos, menos o chefe, disparariam na direção da dupla de Kiri para atacá-los.

Considerações:

A pergunta do grisalho me acometia uma rápida crise de riso, me obrigando a segurar minha barriga com ambos meus braços, curvando as costas com leveza para frente. — Hahaha, é uma longa historia. Eu tentei faze-lo dormir com um genjutsu, mas não consegui. Ai eu fiz ele dormir com um soco na cara mesmo, ele não colaborou muito. Estou treinando usar ''Gen'' ainda. — O meu humor era bastante claro no tom de voz que utilizei, voltando a ajeitar a postura após o riso passar. Não precisei auxilia-lo com a saída e isso foi bom, fomos rápidos o suficiente para saltar pela queda d'agua e chegar do outro lado em segurança, com no máximo as roupas e cabelos molhados. Não tive tempo para me expressar, para formular um comentário sobre os acontecimentos até aquele momento. A terceira voz puxou imediatamente meu olhar para o ponto de onde ela vinha, o homem com o semblante mais marcante que todos os outros que o cercavam parecia liderar o bando. Minha destra tocou o peito do grisalho, empurrando-o com leveza para trás do meu corpo, colocando sob minha proteção absoluta. — Fique atrás... — Sussurrei sem tirar os olhos dos novos oponentes. Meus olhos dançaram, analisando desde as vestes, a musculatura, até as armas que cada um carregava. O aviso de Yuito serviria, desde que eu soubesse como o genjutsu inimigo era lançado. Talvez, lutar contra um exímio usuário da arte me ajudaria a domina-la no futuro, mesmo que isso causasse alguns calafrios por toda a minha espinha.

Mantive minha calma, e bastou cerca de cinco segundos para que os seis homens, comandados pelo inimigo ao centro, agirem para nos enfrentar. Yuito era um shinobi de Kirigakure, e conhecendo o potencial do vilarejo, eu confiaria em suas habilidades, mesmo que estivesse com a intenção total de doma-los sozinho. Dos meus bolsos, as soqueiras foram equipadas em ambos os punhos e o aguardo perfeito para agir se fez com a minha calma. O primeiro inimigo que se aproximasse vislumbraria o brilho esverdeado que surgia em meu corpo, contrastando com o azulado de meus cabelos em um tom único. A força dos Oito Portões se abria em sua terceira fase, me fazendo recuperar a velocidade perdida nos pesos carregados. — Ha! — Com um grito potente deixando meu peito, avancei para conter o primeiro, com um soco direcionado em seu peito. Claramente, sabia que outros não aguardariam meu ataque e poderiam vir a me alvejar. Com a calma em minha mente, meus reflexos aguçados estudariam seus padrões, visando ser rápido o suficiente para necessitar de meras alterações em minha postura, mudando o ângulo do meu corpo para que os ataques sejam evitados.

Concentrava em cada movimento, para que a resposta de meus ataques viesse com potencia, mas ao mesmo tempo sutileza, combinando dois estilos de luta marcantes das artes marciais. O segundo a se aproximar tinha rosto visado por um gancho de esquerda. O terceiro contemplaria uma sequencia de três socos, o primeiro em seu estomago, o segundo em seu peito, o terceiro no centro de seu nariz, gradativamente elevando a altura dos punhos para faze-lo rapidamente. O quarto fazia minha dança se alterar, dobrando levemente os joelhos para me tirar do chão, girando o corpo para que minha perna direita fosse capaz de alcançar seu pescoço. Para o quinto, minha queda auxiliaria no movimento, tocando ambas as mãos no chão enquanto minha perna de estendia de baixo para cima em sua barriga. Caso todos fossem feridos, o sexto, apontaria o dedo para o sexto e ultimo em pé. — Ka... me.... haa.... meee... DISPARO HIPNOTICO! — Da mesma forma que o chakra deixava minha mão na segunda tentativa de ilusão, visei causar confusão na mente do inimigo.

A luta voltava a acontecer, porém Izuku mostrava suas garras ao ativar três de seus oito portões. Yuito se impressionava com aquilo, era a primeira vez que via alguém com essa habilidade, mas, ao vê-lo lutando, percebeu porque não tinha tanta habilidade assim com a arte das ilusões. Partiu em direção aos capangas de seu inimigo, e facilmente foi derrotando um a um, até chegar no sexto. Ali, o chunin teve uma ideia, novamente tentou usar seu Disparo Hipnótico, mas, no primeiro momento, nada ocorria. O chefe gargalhou. — Mal sabe como usar um genjutsu e acha que vai me derrotar. Vou te mostrar como faz uma ilusão de verdade. — o homem teceu alguns selos e seu chakra se expandiu. Izuku não teve tempo de reação e foi pego, na sua mente apareceriam diversas correntes amarrando braços, pernas e tronco. O shinobi de Kirigakure deveria se livrar da ilusão. Depois da ofensiva de seu inimigo, o sexto homem ainda parecia inerte, o que fez o chefe estranhar. — Por que está parado? Ataque-o! — ordenou, mas ele não obedeceu, continuando ali.

Considerações:

— Hm! — Me levantei com seriedade no olhar, apesar do sorriso de canto estampado na lateral do rosto. Ajeitei meu colete amarelado enquanto observava o estado dos inimigos ao chão. A aura esverdeada se dissipava do meu corpo e me fazia relaxar. Felizmente, aquele nível do Hachimon não trazia nenhum tipo de prejuízo para o meu corpo com sua utilização.  Mas a crise de riso do sétimo homem, o que possuía o semblante mais digno da liderança, me deixava curioso para finalmente enfrenta-lo. Pela maneira com que falava e seu tom de voz, ele estava preparado para começar sua investida, e os selos de mão não mentiam nisso. — Isso não vai adiant.... o-o que é isso? — Em menos de um segundo meu corpo todo foi tomado por correntes que saiam de diferentes partes do chão, puxavam meus braços, pernas e meu tronco. Minha força parecia inútil naquele momento, por mais que eu puxasse as correntes, elas mal saiam do lugar, eram tão resistentes que meus braços pareciam meros palitos. — I-isso é Genjutsu? Mas... não parece uma ilusão. Eu não acredito que algo assim possa ser criado com ilusão. — Mais uma vez minha duvida sobre a arte deixava tudo mais complicado. Inúmeras vezes procurei mover meu braço para romper os elos da corrente, mas nenhuma tentativa mostrava sem minimamente efetiva.


— Então crianças, esse é o Genjutsu Kai, entenderam? É uma maneira de expulsar o chakra estranho que está correndo em vocês, e isso acontece quando um são pegos em um Genjutsu... Izuku Lee, algum problema? — Questionava o professor durante sua aula na academia. Uma simples ilusão foi apresentada para os alunos, mas apenas Izuku não conseguia quebra-la, pelo contrario, parecia enfrenta-la a punhos e chutes. A ilusão, que causava uma pequena visão de alvos, fazia o pequeno de cabelos azulados socar o ar. — Toma! Tome! Iaaaa! — Gritava animado com seus alvos mentais. — Não não não, Izuku!! — O professor tocou os ombros do aluno e a ilusão se desfez para o jovem. — Você não ouviu nada do que eu disse? — Indagou cruzando seus braços. — Eu ouvi... mas não consegui fazer nada do que falou... então eu resolvi do meu jeito! — Ergueu o bíceps contraindo o musculo para mostrar sua força. — Hum.. pelo menos você tentou, Izuku. — O professor tocava os fios arrepiados e azuis do Lee, bagunçando-os.

— Sen...Sensei. Eu... pelo menos vou tentar... do meu jeito! Haaaaaaaaa! Hachimon Shoumon... KAAAAAI!! — A explosão esverdeada surgia ainda mais poderosa do que a primeira. Meu corpo foi inundado pela aura, minha pele era carregada com a coloração avermelhada e meus olhos sumiam em uma imensidão branca. Shoumon, o Quarto Portão, trazia ao meu corpo o desgaste aos músculos, a dor, que me fazia sentir vivo em campo de batalha. Por mais acostumado que estivesse com as dores do Hachimon, era ela quem sempre me deixava alerta, quem me deixava acordado. Através da dor eu iria despertar, e da minha própria maneira me livrar das correntes que prendiam meu corpo...

De alguma forma, Izuku quebrava uma “tradição” de sua família ao quebrar um genjutsu. Quatro dos Oito Portões foram abertos, e as correntes que outrora o prendiam, agora se esvaíam como fumaça. Aquilo quebrou a confiança do chefe, que pensava que seus genjutsus eram invencíveis. — Como? Não pode ser! — ele via o seu capanga voltando a fazer movimentos. — Vá, pegue-o! — ordenou. Dessa vez lucido, o homem em posse de uma grande espada partia na direção do chūnin, saindo de uma posição de sete metros do ninja, o inimigo já o atacaria com cortes diagonais sequenciais três vezes, finalizando com uma estocada.

Considerações:

A explosão esverdeada deixou meu corpo assim que a dor em meus músculos ocasionou o despertar da ilusão que me prendia nas correntes do inimigo. Minha corrente sanguínea se acalmava, e consequentemente a coloração da minha pele retornava ao padrão caucasiano. Sem pestanejar, o grandão portador da espada ressurgia do leve transe que meus movimentos causavam em sua mente, partindo em minha direção com três cortes, fortes e precisos o suficiente para me ferir severamente se atingisse. Apesar dos pesos em minhas pernas, acompanha-lo e reagir aos seus movimentos foi fácil, meus reflexos eram capazes de ler seu padrão de ataque e inclinar o tronco para os ângulos contrários, deixando o corte passar alguns centímetros do meu corpo apenas inclinando-o verticalmente para os lados. — Chega! — Saquei, da cintura, a lamina negra carregada com o veneno paralisante, visando um corte superficial no quadril do alvo, onde sua cintura se juntava com as pernas.  Mesmo que pudesse ser suficiente, apoiei a perna canhota no chão, enquanto a outra se ergueu em um chute lateral, visando lançar o alvo até uma árvore próxima.

— Hmmmm, isso já está ficando fácil de mais. Infelizmente você não está enfrentando um ninja qualquer da Nevoa. Eu sou o guerreiro que vai proteger esse mundo. Se isso é o seu poderoso Genjutsu, eu sinto muito... mas não passa de brincadeira da academia. Fala ai velhote, esse cara é uma gracinha não é? Andando com esses capangas, está se achando o chefinho cara? — Coloquei a mão na testa em negação. Me sentei no chão enquanto olhava. — Se você mover um musculo, e eu vou ver, eu te transformo em poeira. — Olhei brevemente para o inimigo enquanto analisava a situação. — Eu posso até te deixar sair vivo... mas vai precisar me explicar uma coisa... Como faço pra usar Gen direitinho?? — Coloquei a mão na nuca, rindo com a cara de pau de pausar a luta contra o inimigo para pedir sua ajuda. — Me ensina por favoooor? — Sorri com um olhar pidão, daqueles que os filhotes de cachorro usavam contra seus donos. Pedir ajuda para o inimigo poderia ser assinar o atestado de burrice, ou de cara de pau, mas a demonstração de poder mal havia começado e talvez amedronta-lo para forçar a situação pudesse funcionar, do contrario, estava claramente atento a seus movimentos. Se fosse necessário agir, caso o mesmo não colaborasse, estaria pronto para finaliza-lo.

Não era complicado para Izuku desviar dos golpes do capanga do chefe ilusionista, sua velocidade era muito superior a dele, por isso conseguia ver com tranquilidade como eram os golpes dele. Sem paciência, o chunin de Kiri revidava os golpes, sacando sua espada negra, cortando-o e, em seguida, dando-lhe um chute que o levou até uma árvore, fazendo-o desmaiar.

Sobrando somente o chefe, o garoto de cabelos azuis começara a cantar vitória, falando o quanto aquele cara era fraco por usar capangas e coisas do tipo, porém, para a quebra de expectativa de todos, Izuku pede a ele para ensiná-lo sobre genjutsu. — Não é possível. — disse Yuito, colocando as mãos nos olhos, em negação. Estranhando, chefe não sabia o que responder. Ele pensou em muitos meios, mas no fim suspirava. — Tudo bem, o que você quer saber exatamente? — perguntava. — Genjutsu é basicamente você infiltrar seu chakra na corrente dos outros ninjas, perturbando seus sentidos e assim criando ilusões na mente deles. — explicava. — Tenta usar algo... no seu parceiro! — ele pedia à Izuku, mas era óbvio que poderia ser uma trama dele. — Não faça isso, garoto, ele quer te usar. — avisava o companheiro de vila.

Considerações:

As palavras do homem faziam um pouco de sentido quando comecei a refletir sobre o efeito do Genjutsu em meu corpo. As correntes poderiam facilmente ser uma representação do chakra inimigo em meu corpo, levando o meu cérebro a crer que eram reais, que me prendiam de verdade, quando a realidade era totalmente diferente. Demorei alguns segundos para reagir com clareza, com a canhota no queixo, batendo o indicador no rosto, pensativo. — Mas é só isso mesmo? —  Com uma cara emburrada, cruzei meus braços. — Mas por que é tão difícil? Socar as coisas é muito mais fácil. — Bufei, me levantando, dando um pequeno chute em uma pedra, que voava lentamente para dentro da floresta. — Então eu só preciso que meu chakra saia do meu corpo, certo? — Confirmei com o inimigo, saltando amigavelmente para o seu lado como se fossemos camaradas. Era obvio que estava completamente atento a seus movimentos, e bastaria me mover um pouco para acerta-lo. Levantei a canhota com o indicador apontado para o aliado de Kirigakure. — Não vai doer nadinha... — Fechei o olho direito, mirando o corpo de Yuito. Suspirando, me concentrei em sentir o chakra que fluía em meu corpo, que atravessava as redes do meu braço até o dedo, buscando deixar a energia extravasar para fora. Em um movimento repentino, me virei para o líder da gangue, deixando a energia sair da ponta do meu dedo.

Na minha cabeça, imaginei o efeito que queria causar mesmo sem saber se realmente funcionaria daquela forma. Por alguns segundos, apenas quis faze-lo pensar que Yuito havia sido o alvo da minha tentativa de ilusão, para que minha outra mão se erguesse contra seu queixo em um único soco desferido. Não precisaria de muita força, apenas a maneira correta de atingi-lo para visar um nocaute, criando espaço para pensarmos nos próximos passos. — Não foram tão inúteis, não acha velhote? Hahahaha — Com a mão na nuca, ri sem jeito por deixar Yuito preocupado. — Como vamos levar esses caras pra Kiri? Levamos só o líderzinho aqui? Deve ser o suficiente para descobrir o que tramavam. — Com um sorriso perverso, amarraria os braços e pernas do líder, jogando-o por cima de meus ombros. — Ainda vou precisar treinar muito mais esse negocio de Genjutsu, é complexo. — Olhei por cima dos ombros até o grisalho, garantindo que estava logo atrás. — Vamos voltar para o vilarejo. — Avisei enquanto dava alguns passos para iniciar a viagem de volta. Atento caso o homem acordasse enquanto o carregava nos ombros.

Izuku parecia que ia seguir as ordens do seu inimigo e ia lançar uma ilusão em Yuito, porém, enganando a todos, ele atacava o chefe, fazendo-o cair na ilusão criada e levando um bom soco. Todos haviam sido derrotados, porém a questão sobre Genjutsus ainda estava em aberto. Revelando o desejo de aprender mais sobre essa arte, o chūnin comenta sobre as dificuldades que teve. Para o grisalho Yuito, aquilo era simples.

— Leve somente o chefe, que é o suficiente, o restante a polícia vem prender. — comentou o shinobi, — Sobre genjutsus, eu consigo te ajudar, sou um exímio ilusionista.

Após finalizar a missão, a dupla voltava até Kiri. Yuito convida Izuku a acompanhá-lo até o campo de treinamento, onde treinariam Genjutsu.

— Tenta me colocar num Genjutsu. — disse o homem.

Considerações:

Retornávamos facilmente para Kirigakure, com o líder do bando em meus ombros, desacordado com o soco que havia recebido bem em seu queixo. Bastou algumas horas de caminhada, sempre me certificando que Yuito estava em segurança e que o líder não acordaria tão cedo. Atravessando os portões do vilarejo, um dos guardas se aproximava para verificar o que estava acontecendo, logo se dando conta do que se tratava. — Restaram alguns na cachoeira, mas esse aqui é o líder do bando. Cuidado com o Genjutsu dele. Qualquer coisa podem me chamar. — Entreguei o corpo do homem para os guardas, que o acordavam e faziam caminhar por conta para onde quer que fossem. Suspirei, a sensação de missão cumprida inundava meu corpo, assim como a fome que rugia em meu estomago. — Mas... treinar agora?? Grrrrrrrr.... Escutou?! Estou faminto! — Reclamei cabisbaixo, mas concordando com o treinamento de Yuito, afinal, estava rompendo uma barreira genética muito pronunciada do Clã Lee. Segui para o campo de treinamento, a nostalgia daquele local fazia eu me sentir como um pequeno Genin, que praticava socos, flexões e corridas por todo aquele lugar. — Isso aqui é bem familiar... confesso que faz tempo que não venho aqui. — As lembranças de Yuji e Eru vinham em minha mente, da mesma forma que a falta de Keisuke. — Certo... — Suspirei me distanciando cinco metros de Yuito. Diferente do campo de batalha, eu me concentrava melhor, fechava os olhos e não havia sorrisos bobos e descontraídos. Foquei em meu corpo, no chakra que corria em minhas veias, e semelhante a abertura dos portões, guiei a energia para a extremidade de meu corpo. Ao abrir meus olhos, deixei a energia extravasar até o grisalho, carregando nela meus pensamentos e intenções: fazer seu corpo se sentir pesado a ponto de não conseguir se mover.

Após o término da missão, Yuito e Izuku já estavam em Kiri e no campo de treinamento, o homem mais velho precisava testar as habilidades do chūnin em usar genjutsu, que floresceram com o passar do tempo durante a missão de resgate.

Ao pedir para que o garoto de cabelo azul usasse mais uma vez o seu chakra para criar uma ilusão, ele se concentrou mais do que antes da batalha, dessa vez com todo o desejo de usar o estilo ninja. A energia de Izuku saiu de seu corpo e atingiu Yuito, que ficou paralisado na hora. Na cabeça do velho, ele via diversos inimigos o imobilizando. Não demorou muito para que ele conseguisse fazer um selo simples de quebra de ilusão. — Não tá mal, garoto, você consegue fazer ilusões agora. — anunciou.

Restava ao garoto pegar suas coisas e voltar para casa.

Considerações:

Finalmente, a barreira genética no Clã Lee se rompia diante do esforço incansável. O treino e a determinação superavam os dons inatos, e eu me tornaria a prova viva disso. Ao sentir meu chakra ser projetado em forma de ilusão com a devida concentração, entendi o que queriam dizer com todas aquelas explicações, e a pratica me levaria a um controle ainda melhor da arte. — Isso! — Serrei meus punhos bem a frente do rosto, com um sorriso animado comemorando a façanha. Com a arte do Genjutsu sendo compreendida, estuda-la se tornaria um dos objetivos, da mesma forma como o Ninjutsu necessitava ser estimulado, afinal, este ainda era uma das barreiras impostas para a minha jornada. Me aproximei do grisalho, entregando a destra para um cumprimento. — Eu sou muito grato por isso, não faz ideia do quanto significa para mim. Sempre que precisar, estarei aqui para ajuda-lo. — Coloquei o punho no peito e me curvei levemente, deixando o campo de treinamento até a minha casa. Após a missão e o treinamento, me restava devorar o que tivesse em meu armário para repor toda a energia gasta. Em seguida, com as roupas jogadas ao chão, um banho e o devido descanso para as próximas aventuras que estavam por vir.