Toja Aburame, professor de Enma, foi em sua casa numa manhã ensolarada convocando-a para uma missão dentro da academia. O homem, cada diz mais gordo, exibia um imenso sorriso em direção a aluna que já era a preferida dos colegas da escola de ninjas.

— Todos estão chamando por você Enma, consegui um retorno de você com o quartel general, é uma missão Rank C você vai apenas me ajudar com a entrada e saída dos alunos, espero que não seja um aborrecimento pra você... Ah, Takeo, quanto tempo, venha cá! — Takeo se aproximou relutante e cumprimentou o antigo professor. — Então, como vai? Não se importa que eu leve sua irmãzinha por um tempo, né?

Takeo olhou para Enma que parecia mais distante do que tudo, pelo visto, a menina não se importava mais com a opinião do irmão sobre sua vida como ninja. Ele se aproximou e pôs a mão entorno do pescoço da menina, que olhou para ele corando.

— Desde que ela faça esse tipo de missão, que não coloque em risco sua vida, eu não me importo.

O sensei concordou com um olhar triste, perdido e reflexivo, relembrando-se do passado triste da família Saeki e daqueles dois irmãos.

— Já disse para não se preocupar onee-san, além do mais, lembre-se que estou treinando para me tornar uma grande ninja, eu prometi isso a mim mesma, e você não pode me limitar.

Takeo sorriu, sua irmã havia se tornado mais falante e suas palavras emitiam tanta confiança que o rapaz pode se não concordar. Olhou para Toja e viu os dois sumiram rua acima, em direção a academia.

— Muito bem, as crianças chegaram em breve, sei que muitas têm sua idade, contudo, de qualquer forma, elas te respeitam e a turma desse ano é bem quieta.

E assim fez, ajudou na entrada das crianças, que entravam falantes e alguns se referindo a ela como Saeki-san, o que, em certa medida, fez com que a menina se sentisse mais orgulhosa de si do que o de costume. Sorria e agia com toda a mesura aristocrática que fora obrigada a aprender. Muitos dos pais, que apareciam para conversar com Toja-san, elogiavam o comportamento polido e eloqüente da menina.

— Muito bem Enma, em breve você me ajudará na segunda parte, o intervalo, se quiser pode me acompanhar na sala de aula.

E assim o fez, sentou em uma carteira ao fundo e ouviu com nostalgia, apesar de recente, as falas de seu antigo professor. Seu pensamento de repente retorna a sua casa, especificamente ao seu irmão Takeo, e o imagina em missões sangrentas e como ele havia sobrevivido a todas as elas. Sorriu quando pensou que este se recuperava quase que completamente de sua doença, sorriu ao imaginar ele voltando a vida ninja e os dois juntos quebrando a maldição de sua família. Seus olhos lacrimejaram quando foi acordada pelo sensei requisitando sua ajuda.

Meia hora se passou com ela vigiando as crianças que corriam de um lado para o outro, alguns treinando combates, um deles, que chamou atenção, de dois meninos de mais ou menos sua idade tão péssimos no combate corpo-a-corpo que Enma foi até eles e demonstrou, para surpreso deles e dela, um pouco de sua habilidade. Fim do intervalo os alunos, junto com Enma, a sala de aula.

Dessa vez prestou atenção na aula até seu fim, inclusive ajudando o professor demonstrando algumas técnicas. Por fim ajudou com a dispersão dos alunos no momento da saída, que surgiu sem muitas complicações, sua missão estava terminada.

— Obrigado pela ajuda hoje, Enma, você leva muito jeito com as crianças, apesar de sua timidez, quem sabe, para não agradar um pouco seu irmão, você não se torne uma professora da academia quando se tornar chunin? Creio que tenha a intenção de elevar sua patente como ninja, certo?

Ela sorriu, sabia que para conseguir mostrar ao mundo que os Saeki não eram amaldiçoados precisava arriscar sua vida mais do que ser uma professora da academia, contudo, se sentia tão bem, que não conseguia esconder a satisfação de estar num ambiente tão respeitoso, olhou para o chão ponderando a resposta, e, por fim, disse:

— Não tenho que agradar Takeo em nada, mas posso considerar o que você disse.

Fez uma mesura e partiu em direção a casa, a cada dia se sentia mais livre e confiante.

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