O dia começara atarefado para Hisoka, que recebera a missão de cuidar da floricultura da vila logo de manhã. Arrumou-se rapidamente, colocando as roupas escuras habituais e amarrando sua bandana ao braço, e dirigiu-se ao local.
    Quando chegou lá, foi recebido pela garota responsável por cuidar de lá, que explicou a situação e o mostrou onde ficavam as coisas mais importantes. Ele ficou calado, assentindo a tudo que era dito e memorizando rapidamente as informações dadas.  Quando a introdução estava dada, a moça se comprometeu a voltar ao meio-dia, como havia sido combinado, e foi embora.
    Sozinho, o shinobi molhou algumas plantas, organizou prateleiras com produtos de jardinagem e espantou alguns pássaros que insistiam em entrar para comer as plantas. A calma era tanta que, por um tempo, o rapaz conseguiu até mesmo ler um curto livro sobre botânica que achara ali, fazendo anotações sobre as plantas da região num pergaminho que trouxera consigo.
    Tudo corria bem até que chegou o primeiro cliente, e depois dele o segundo e então o terceiro. Uma sucessão de senhoras tristes de meia-idade, amantes apaixonados e crianças admiradas entravam ali, cada um trazendo consigo emoções próprias e atrapalhando o dia de Hisoka. Em seu mau-humor, ele até mesmo se perguntou o motivo de estar fazendo aquilo, ou melhor, o motivo de estar se adaptando àquela situação.
    Não fui feito para fingir estar feliz em atender completos estranhos numa loja. Não volte sempre!, tentou dizer quando uma mulher insistiu em adentrar com seu cão dentro da floricultura, mas se limitou a dizer a ela que animais não eram permitidos lá dentro. Algo semelhante ocorreu quando uma criança derrubou um dos vasos da loja e ele quase desferiu um jato d’água sobre ela, se tranquilizando ao receber o dinheiro correspondente da mãe pelo produto e ajuda para limpar a bagunça feita.
    Apesar desses pequenos contratempos, a missão havia sido um sucesso e o lucro, apesar de não muito, era satisfatório. Além disso, apenas sair de lá sem ouvir nenhuma reclamação era o suficiente. Aquelas pessoas podiam ser abertas demais, mas ao menos sabiam apreciar o seu trabalho.
    Quando foi finalmente embora, estava tão aliviado que disse que poderia ajudar novamente caso fosse necessário. A resposta dada para isso, porém, ele nunca saberá: antes que a recebesse, deu uma desculpa e voltou para a casa, esperando que sua repentina fuga não soasse suspeita.
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CH: 100
HP: 100
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