O último ataque à vila causou prejuízos incalculáveis. Para repará-los, nós, ninjas do baixo clero, estávamos sendo convocados aos montes. Não demorou até a carta de convocação chegar por meio de um entregador. Trabalharia no sul da vila, onde estariam poucas pessoas. Para alguém disciplinado e aplicado como eu, não demoraria até terminar meu trabalho. Comi uma comida de sabor incomparável, preparei meus equipamentos e me dirigi de maneira imediata até o local designado. Carreava comigo alguns pinceis e tintas, hoje definitivamente seria um dia longo.

Ao chegar, fui logo apresentado ao mestre de obras, Hirako. Era um senhor de meia-idade, cabelos e barba levemente grisalhos, com um sorriso inconfundível e de grande amigabilidade. Ele se trajava com uma bermuda cinza e uma regata pastel. No seu rosto nada demais, senão o olhar de alguém determinado.
— Você deve ser o Urameshi.
— Sim, sou eu mesmo. Vim por conta desta carta. — apresentei a carta a ele.
— Certo, Urameshi. Eu me chamo Hirako e sou o mestre de obras por aqui... — pausou a fala enquanto me observava. — Bem, você parece meio magricelo, mas acho que vai dar pro gasto. Aqui. — apontou para os equipamentos. — Esses pinceis que você trouxe e essa tinta que você usa não vão servir de nada, use estes que eu estou apontando.
Dei uma risada enquanto disfarçava o meu stress em ter carregado todo aquele aparato comigo e não ter servido de nada.
— Ok, senhor. Vou começar agora mesmo...
— Calma, Urameshi. Você deve aprender como pintar. Veja. — falou o homem enquanto pegou o pincel e começou a pintar a parede de maneira magistral. — É assim que você deve fazer.

Prodigioso e inteligente como era, não tive problemas ao fazer movimentos tão mecânicos quanto aqueles. Pintei toda a parede de um lado a outro, de cima a baixo, em pouquíssimas horas. Impressionado sobre o quão talentoso era, o homem logo conseguiu outro trabalho. Desta vez trabalharia colocando cercas.
— É assim que se faz, Urameshi! Você tem o espírito. — tentou me empolgar.
— Obrigado, senhor! Farei de tudo pela minha vila!

Voltei ao trabalho e continuei como um lunático. Cerca após cerca, martelada após martelada, logo tudo estava finalizado. Diferentemente da pintura, este trabalho foi completamente exaustivo, exigindo bastante do meu corpo. Magricelo como era, logo meu vigor físico chegara ao fim. Por sorte, não teria mais nada fazer, minha missão tinha sido, enfim, completada.
— É isso, senhor, terminei por aqui.
— Muito bem, Urameshi, você é um rapaz e tanto. Aqui está sua recompensa. — entregou um saco com uma pouca quantia de ryous.

Me senti um pouco prejudicado por receber tão pouco dinheiro por tanto trabalho. Todavia, aquele teria sido um trabalho pouco complexo, então no fim me convenci do contrário e voltei para casa contente em poder ter ajudado a vila.