O sol poente banha as ruas de Suna em tons de laranja e dourado, enquanto o vento sopra suavemente, carregando consigo o murmúrio do deserto. Na sala de reuniões do Conselho de Suna, Kumo, um Jōnin bastante experiente e respeitado, aguarda a chegada de Senju Maeda, um jovem Chūnin que busca a graduação para Tokubetsu Jōnin.

Cabelos negros esvoaçavam ao redor do rosto de Maeda, desenhando arabescos contra a tapeçaria do crepúsculo que se desdobrava sobre o vilarejo. O vento quente, precursor da noite, tecia através das ruas e vielas, carregando consigo o aroma promissor dos pratos regionais. Cada fragrância era uma tentação, uma promessa de descobertas culinárias aguardando pelo Senju, que, movido por um apetite explorador, deixava-se guiar pelas sensações olfativas enquanto avançava decidido sob o olhar da lua crescente, um testemunho prateado do ciclo eterno entre dia e noite. Com um propósito claro e as permissões necessárias em mãos, Maeda adentrava os corredores que o levariam à sala de reuniões. Sua chegada era anunciada por três batidas educadas na porta, um prelúdio à descoberta de um salão onde cada detalhe e elemento arquitetônico, narrava histórias de épocas imemoriais. Diante dele, Kumo emergia como uma figura cuja presença imponente era suavizada apenas pela sabedoria gravada em seu semblante, os cabelos esbranquiçados e as profundas olheiras testemunhando anos de desafios e decisões ponderadas.

— Boa noite, senhor — Maeda cumprimentava em resposta com uma voz que carregava a calma do crepúsculo e o carisma das noites de verão, enquanto uma inclinação respeitosa selava seu movimento.

Kumo, optando pela eficiência, direcionava prontamente a conversa ao cerne da questão, uma abordagem que o chūnin, em sua tranquilidade inabalável, aceitava com um aceno. Ele estendia a mão direita para receber o pergaminho, permitindo-se, mesmo enquanto absorvia as diretrizes da missão, refletir sobre a peculiar facilidade com que tesouros da aldeia eram subtraídos. Não obstante, o treinamento rigoroso e o tempo dedicado à aprimoração de suas habilidades envolviam Maeda em uma aura de confiança, um manto invisível que o protegia da ansiedade e do medo. Consciente da necessidade de colaboração, Maeda acolhia a notícia da inclusão de dois novos membros à equipe sem resistência, uma decisão que refletia sua compreensão da complexidade da missão que lhes era confiada. Com um gesto de assentimento, ele deixava o salão, sua mente já projetando os passos seguintes enquanto suas pernas o conduziam habilmente pelos caminhos que o separavam dos portões da aldeia e, consequentemente, de seus novos companheiros, Saito e Fujino.

— Olá, olá! Vocês são Saito e Fujino, certo? Sou Maeda e ao que parece estaremos trabalhando juntos nessa missão. Qualquer dúvida, sintam-se livres para me questionar. Se eu souber a resposta, irei dar-lhes. Se não souber, irei encontrar uma forma de descobrir — declarou, sua voz tranquila desenhando um contraponto à tensão que, inevitavelmente, acompanhava tais empreitadas.

O percurso teria devidamente seu início. À vista das ruínas que marcavam o objetivo de sua missão, Maeda ponderava uma abordagem tática, delineando um plano que maximizava as habilidades únicas de cada membro do grupo. Sua estratégia, simples mas eficaz, era um testamento de sua capacidade analítica, uma habilidade forjada na sua capacidade intelectual avantajada e na observação atenta das nuances do combate, tal qual dos dados presentes no pergaminho entregue por Kumo.

— Acredito que este seja o local. Entretanto, estamos em desvantagem. Eles provavelmente estão aguardando por alguém atrás de recuperar o que foi roubado, o que levanta a possibilidade de encontrarmos armadilhas prontas para nos receber. A partir daqui quero que avancemos com cautela dobrada, ocultando como for possível a nossa presença. Se estiverem de acordo, vamos abusar do nosso número para nos dividir nesse primeiro momento. Saito, você pode ir pela esquerda, fazendo um movimento parabólico para se aproximar. Seja cauteloso e busque por indícios de emboscadas ou armadilhas, evitando confrontos e nos alertando em caso de ser inevitável ou mesmo caso tenha sido descoberto. Eu irei pela direita da mesma forma. Fujino deve ir pelo meio, mais lentamente que nós demais. Pelo que consta nas vossas informações, você possui proficiência no uso do elemento relâmpago. Eu e Saito dominamos o elemento água. Somos basicamente condutores perfeitos para suas técnicas — Maeda explicava, sua voz tranquila tecendo a estratégia com precisão, cada palavra cuidadosamente escolhida para inspirar confiança e assegurar a coesão do grupo.

Conforme se aproximasse cautelosamente das ruínas, a voz sinistra da Raposa de Nove Caudas ressoaria em seu íntimo, um lembrete sibilante da complexidade de sua tarefa — Fácil demais — Essa insinuação deixava Maeda ainda mais alerta, seus olhos varrendo o ambiente em busca de qualquer sinal de emboscada ou perigo iminente. Ele sabia que a prudência seria sua melhor aliada naquele momento.

Com seu olhar mais astuto, buscaria vasculhar o ambiente em busca de algo que pudesse servir como um bastião em meio à incerteza da batalha — uma rocha ou um pedaço de escombro, de dimensão notável, que lhe oferecesse tanto uma vantagem tática quanto um refúgio potencial. A atenção dele se fixaria em um objeto que não apenas atendesse a esses critérios mas também formasse um triângulo estratégico com sua localização e o pergaminho que, sob a guarda atenta de um inimigo magricela de óculos, sobressaía-se entre os demais documentos sob uma cobertura improvisada. A escolha de Maeda recaía sobre esse pergaminho como o alvo de sua missão, apesar da inquietação que lhe causava a aparente facilidade da tarefa. A tranquilidade, contudo, era sua arma mais preciosa, uma ferramenta forjada na calmaria e na paciência.

Em um momento de decisão crítica, entrelaçaria selos com sua mão esquerda, enquanto com a direita desembainharia sua espada alocada nas costas, preparando-se para uma técnica de substituição ligada à rocha previamente identificada, pronta para ser ativada ao menor sinal de perigo — Kawarimi no Jutsu — Com um gesto discreto da mão esquerda, ele sinalizaria aos companheiros para que aguardassem, estabelecendo-se como o vértice de um ataque surpresa, com os demais prontos para intervir como suporte. Lançando-se em ação, Maeda explodiria em movimento, canalizando toda a sua velocidade acumulada para surgir de repente — 262m/s — entre dois dos adversários próximos à fogueira. Buscaria executar então um arco perfeito com sua lâmina, mirando os pontos vitais — especificamente os pescoços — com a precisão de um especialista, confiante de que o conhecimento aprofundado da anatomia humana e a maestria no manejo da espada lhe garantiriam um golpe fatal e limpo.

Sem hesitar e mantendo a fluidez de seus movimentos, ele direcionaria a mão esquerda livre em direção ao terceiro oponente. Concentrando seu chakra do elemento madeira, Maeda buscaria materializar uma lança em sua palma, que, lançada com uma velocidade estonteante, visava o tórax do inimigo — Mokuton: Sashiki no Jutsu — Ao contato, a lança se transformaria, ramificando-se em espinhos que se projetariam para perfurar violentamente o adversário. Cumprida essa fase da ofensiva com êxito, voltaria sua atenção para o indivíduo esguio sob a cobertura da lona, pronto para continuar a execução de seu plano.

À medida que o conflito avançava sob o manto da noite, o cenário não se alinhava exatamente às expectativas de Maeda. Contudo, a serenidade intrínseca ao shinobi, uma característica tão fundamental quanto sua própria natureza, juntamente com uma estratégia meticulosamente elaborada que colocava seus companheiros de equipe no cerne da operação, pavimentava o caminho para um êxito, ainda que parcial. A vantagem numérica do adversário impunha desafios não antecipados, colocando o grupo em uma situação delicada quando confrontados com a reação temerária do oponente remanescente. Neste instante crítico, a voz de Maeda cortaria o ar com a autoridade e a suavidade de um líder.

— Calma! — Este comando, emanado com uma convicção férrea, era direcionado aos seus companheiros, uma âncora de tranquilidade em meio ao caos crescente.

Seus olhos, duas esferas de uma escuridão profunda, testemunhariam o emergir súbito de uma colossal rocha esverdeada acima deles. Com a facilidade de quem reconhece um velho amigo, o chūnin buscaria identificar prontamente a técnica — uma que também dominava. Com a situação exigindo um exercício agudo de sua sagacidade, buscaria uma vez mais o auxílio de seu vasto intelecto. Com um gesto fluido, reencaixaria a espada em sua bainha, liberando sua mão direita para a conjuração de uma esfera imensa de chakra puro — Chō Ōdama Rasengan. Essa esfera, ao receber a influência da natureza elemental da madeira, veria seu poder defensivo intensificado, um testemunho da maestria de seu conjurador sobre o domínio que tanto lhe caracterizava.

O controle que Maeda exercia sobre a madeira não era meramente técnico; era quase uma extensão de seu ser. Com essa perícia, enviava uma onda de chakra que permeava o solo, pronta para atender ao seu comando com precisão cirúrgica. Ao seu sinal, uma estaca — Manipulação Rank A — emergiria com velocidade assombrosa — 36 m/s — diretamente sob o inimigo anteriormente ferido, com a intenção não apenas de neutralizá-lo mas de fazê-lo de modo que nenhuma segunda ação fosse possível, empalando-o. A sequência de suas ações não permitia espaço para hesitação ou contemplação. Com a esfera de chakra em mãos, buscaria projetar-se em direção à ameaça iminente no céu — 22 m/s. O choque entre a esfera, imbuída de uma potência defensiva sem par, e a rocha em queda estava carregado de um objetivo férreo. A colisão tinha um propósito duplo: desintegrar a ameaça petrificada e, através da onda de choque gerada, assegurar a integridade física de seus aliados. Maeda antecipava que a dispersão da energia resultante seria suficiente para fraturar a rocha em fragmentos não maiores do que grãos de areia, uma chuva inofensiva comparada ao perigo que representava.

Em caso de lograr êxito, em uma aterrissagem suave, fruto de um domínio técnico meticuloso que refletia sua experiência e dedicação, Maeda retornaria ao solo. O cuidado em amortecer o impacto com os joelhos flexionados era um testemunho do respeito que tinha pela própria integridade. Sem hesitar, ele procuraria o rumo até onde Saito mantinha o prisioneiro rendido, o magricela de óculos que parecia menor ainda sob o escrutínio do shinobi vitorioso.

— Você pode negar seu envolvimento quando te entregarmos aos superiores — diria ao capturado, infundindo suas palavras com um tom de inevitabilidade. Com um gesto cuidadoso, sua mão direita visaria o pergaminho exposto sobre a mesa. Haveria uma reverência em seu toque, um compromisso de honra para não invadir o conteúdo ali selado. Com uma precisão quase cerimonial, enrolaria o pergaminho, selando-o novamente com o cuidado de um guardião, antes de acomodá-lo seguro dentro de sua armadura, próximo ao abdômen. Voltando-se para Saito diria:

— Se saíram bem. Pode, por favor, ficar responsável pelo suspeito durante nosso retorno? Eu e Sujino iremos nos concentrar em proteger o grupo de possíveis ameaças pelo percurso — Sua fala não era uma ordem, mas um convite à cooperação, à compreensão tácita de que cada um desempenhava um papel vital na segurança e sucesso da missão. Aguardo por uma confirmação, o Senju preparava-se para o retorno a Sunagakure. A entrega do pergaminho e do prisioneiro aos superiores era um ato de protocolo e também um reflexo de sua crença na ordem e na estrutura que regiam sua vida como shinobi. Convicto de que a condução de um interrogatório não cabia a ele, estava pronto para seguir o caminho de volta, protegendo seus companheiros e assegurando que a missão chegasse a um desfecho seguro.

O compromisso inabalável de seus aliados com a missão refletia-se claramente em cada ação que executavam, um detalhe que Maeda valorizava profundamente. Esse senso de dever tornou-se particularmente evidente quando um dos membros da equipe, de maneira diligente, encarregou-se de destruir os arquivos remanescentes sobre a mesa do inimigo — um detalhe que, em um momento raro de desatenção, quase havia escapado até mesmo ao vigilante Maeda. Com a equipe unida e cada membro assentindo prontamente às suas instruções, Maeda liderava o retorno ao vilarejo. Durante o trajeto, sua vigilância era incansável; cada sombra e movimento era meticulosamente observado, um reflexo de sua permanente cautela e do treinamento rigoroso que moldava cada fibra de seu ser num shinobi. Apesar de seu estado de alerta constante, o caminho através do vasto deserto que separava a equipe de seu destino final transcorria sem incidentes. A ausência de ameaças, embora um alívio, servia também como um lembrete para Maeda da imprevisibilidade do mundo ninja — a paz momentânea poderia muito bem ser o prelúdio de uma tempestade maior.

Ao reencontrar a estrutura que havia sido o ponto de partida, Maeda e seus companheiros se posicionavam diante das escadarias, preparando-se para ascender novamente ao encontro de Kumo. No entanto, foram surpreendidos pelo aparecimento súbito do próprio ao lado deles, um ato que espelhava uma agilidade impressionante para alguém de sua idade avançada. Os olhos profundos de Maeda se estreitavam levemente ao observar Kumo, um brilho de questionamento — e talvez uma ponta de inveja — refletido em seu olhar. Ele ponderava, em um relance, a capacidade física surpreendente do jōnin.

A voz de Kumo interrompia o silêncio que se formava com essa aparição inesperada, e Maeda, atento, retirava cuidadosamente o pergaminho das dobras de sua armadura. Estendendo o documento ao jōnin, ele informava com a seriedade adequada ao momento.

— Não houveram sobreviventes, exceto este aqui — indicando o prisioneiro que Saito sustentava sobre o ombro — Ele alega ter sido forçado, algo que achei prudente deixar para o alto escalão decidir após um interrogatório. Irei preparar meu relatório nas próximas horas e o entregarei no posto de missões. Se estiver de acordo, providenciarei isso agora mesmo.

Com a formalidade de suas obrigações momentaneamente concluídas, Maeda se voltava para seus companheiros, expressando gratidão e respeito.

— Saito, Fujino, foi um prazer trabalhar com ambos. Obrigado por não hesitarem em seguir minhas instruções e por confiarem em mim. Espero que possamos trabalhar juntos novamente — Suas palavras eram sinceras, um reconhecimento do valor da colaboração e do espírito de equipe que haviam compartilhado.

Finalizando sua interação, Maeda se despediria com uma inclinação respeitosa, um gesto que selava tanto a conclusão da missão quanto a sua esperança de futuras parcerias. Uma vez no centro de atribuição de missões, adotava um comportamento exemplarmente profissional. Ele iniciava as formalidades necessárias, descrevendo meticulosamente os eventos e as circunstâncias que marcaram a missão, destacando o sucesso alcançado. Respondia a todas as perguntas com sinceridade, embora mantivesse uma cautela estratégica em suas palavras para evitar ser arrastado para dentro de complicações burocráticas desnecessárias que pudessem restringir suas futuras operações. Após cumprir com os requisitos formais e ser oficialmente liberado, Maeda podia sentir o peso das responsabilidades começar a diminuir. Deixaria o centro de missões com os pensamentos já voltados para o conforto de seu lar. A perspectiva de um banho revigorante e o descanso merecido em sua própria cama pareciam chamá-lo com uma urgência quase palpável.