Havia passado um dia desde suas duas primeiras missões. Tarrlok acordou depois de uma boa noite de sono, todo o cansaço que ele acumulou no corpo anterior desapareceu. O garoto deu um leve sorriso, ele estava alegre por sua vida shinobi ter começa. O recém-genin levantou de sua cama, fez suas higienes básicas, foi até a cozinha, onde viu sua mãe, deu um abraço nela e comeu alguns lanches que ela tinha feito.

- Mãe, tô saindo, ok?
- Pra onde tá indo tão cedo Lok?
- Estou indo pegar mais algumas missões, não subirei ao topo se ficar parado
- Tenha cuidado, Lok. Não é pra fazer nada arriscado.
- Relaxa, mãe. São só missões de rank baixo. Nada de emocionante acontecerá. Tchau, fui.
 
Tarrlok saiu de casa correndo, pois, apesar de no primeiro dia ele tenha ficado bem calmo, hoje, ele estava bem mais agitado, havia caído a ficha de que realmente começou a vida ninja. O garoto chegou bem rápido ao local que ficava o quadro de missões e, obviamente, escolheu uma missão de rank D. Dessa vez, ele não jogou a moeda.

- Bem, qual me excita mais? Uhnnn... “Patrulhar a Periféria”... essa parece boa. Eu escolho você missão – disse Tarrlok falando sozinho.

Tarrlok foi até onde o local indicado e lá havia um homem alto usando um colete ninja, ele estava conversando com uma senhora. Aparentemente a conversa era sobre um jovem chunin que havia morrido em uma missão.

- É melhor morrer assim do que afogado, a sensação desse ser horrível – disse Tarrlok se intrometendo na conversa.
- Que m$%d@ é essa? Por que falar algo assim numa hora dessas? – respondeu o homem indignado com tanta insensibilidade.
- Relaxa mano, só tô dizendo que a morte dele não foi tão ruim assim.
- Tá, tá. O que veio fazer aqui?
- Vim fazer essa missão “Patrulhar a Periferia”, ok?
- Certo. Já pode ir indo, só tome cuidado, pirralho.

Tarrlok começou a patrulhar a periferia. O garoto andava calmamente, sempre bem atento a tudo que acontecia, a cada olhar, cada cochicho, rostos, ações, ele estava bem alerta, pois, mesmo que fosse uma missão de rank muito baixo, ainda era uma missão, ele tinha que levar bem a sério o que estava fazendo, seria bem vergonhoso se, na primeira missão de patrulha, ele falhasse. Sendo assim, o garoto andava com uma kunai muito bem posicionada na sua cintura, pronta pra ser puxada caso acontecesse qualquer coisa que sugerisse uma situação de perigo, ele estava pronto para lutar caso fosse necessário.

Com o passar do tempo, olhando rosto por rosto, roupa por roupa, pessoa por pessoa, o jovem genin começou a perceber padrões dentro da periferia: várias daquelas pessoas pareciam ser ninjas que não estavam mais em condições de lutar e, com isso, perderam sua fonte de renda. "Muitos imaginam alcançar a glória, mas a maioria falha e alcança a desgraça" era uma frase pixada em uma das paredes que Tarrlok leu. Normalmente, um genin teria sua confiança abalada e, talvez, criasse uma dúvida sobre o caminho que estaria seguindo, mas Tarrlok ficou totalmente indiferente com a situação, ele não sentiu medo de ficar naquelas condições e muito menos teve pena de quem acabara daquela forma, ele não sentia nada. Ver uma formiga sem uma das pernas e ver uma daquelas pessoas sem uma das pernas era a mesma coisa. 

Tarrlok continuou patrulhando a periferia, encontrou pessoas vivendo na rua, pedintes, animais famintos, lixo, muito lixo, a situação era precária. Porém, apesar de ver toda essa trágica situação, o garoto não teve absolutamente nenhum problema com a missão, tudo estava muito calmo, não ocorreu nada fora de ordem que o obrigasse a mover um dedo sequer e isso deixou o garoto bem feliz, afinal, ele estava progredindo. Dessa forma, o garoto começou a sair da periferia, tudo o que ele viu, ele esqueceria em alguns minutos, como se não fosse nada demais, nada que sequer faria ele perder 1 minuto de sono a mais.

Já quase saindo da periferia, um pedinte o parou e tentou arranjar alguns trocados, o garoto respondeu que tinha uma moeda, mas não daria, pois gosta de jogar ela para o alto e ver em qual lado ela irá parar. Depois dessa fala, ele deu um sorrisinho e saiu andando calmamente para reconher o valor da missão. Por último lugar, ele voltou para sua casa, já tarde da noite.

- Mãe, socorro! – gritou do lado de fora de casa.
- Ai meu Deus! O que foi? – correu a mãe de Tarrlok até a porta e abriu rapidamente ela.
- Eu preciso fazer o número 1 – disse Tarrlok correndo para o banheiro.
- Você me assustou moleque. Pensei que tinha acontecido algo de ruim
- Eu disse que não aconteceria nada, era uma missão de rank baixo.
- Não teve nada mesmo, nada de interessante pra contar?
- Não.


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