[OnePost] Serviços de Faxina

Um novo dia, uma nova missão; assim Ravena Romanoff levantava vagarosamente de sua cama, repetindo essa frase para si mesma muitas vezes. A preguiça era um mal de todo gênio, sendo um dever contorna-la para alcançar rendimentos ainda maiores para o futuro. Com esse pensamento rodeando sua cabeça, a jovem titereira realizava suas atividades básicas e se arrumava para mais um dia de produtividade, servindo ao vilarejo que talvez um dia governasse em busca da Revolução Industrial, partindo de sua casa em questão de meia hora após seu despertar.

Chegando ao Quadro de Missões e conseguindo adquirir mais duas missões ao seu compromisso, após muito esforço de interação social, Romanoff averiguava quais seriam suas tarefas naquele dia. Basicamente, a titereira largaria desse seu título por um dia para se tornar uma faxineira; primeiro seria na floricultura do vilarejo, um estabelecimento famoso pela região devido a sua venda de orquídeas raras encontradas somente no deserto, e depois seguiria para a biblioteca geral, local esse que muitos habitantes e ninjas visitavam para aproveitar o tempo com leituras silenciosas e conhecimento de aprendizados. Era uma vergonha para a Romanoff admitir que suas habilidades domésticas não eram muito boas, devido ao quão mimada a jovem foi e continua sendo pelos pais, mas essa condição tendia a melhorar progressivamente e, no futuro, logo poderia se dizer uma dona de casa com orgulho; pensamento esse que a fazia corar levemente, antes de suspirar finalmente derrotada pela vergonha.

— 1ª Missão —

Voltando sua mentalidade para as missões, inicialmente, a Romanoff começava pelo seu trabalho na floricultura de Sunagakure. A caminhada até o destino almejado não era tão silenciosa quanto imaginava que seria, com a titereira podendo ver e escutar diversas habitantes já saindo de suas casas e alguns interagindo entre seus conhecidos, aumentando o volume dos ruídos a medida que alcançava o centro do vilarejo. A Kunoichi proprietária do comércio se retirava do estabelecimento as pressas, deixando no balcão as instruções pelas quais a titere- faxineira iria se orientar. A jovem Genin encarava a situação quieta por alguns minutos, até que somente dava os ombros para essa rápida sequência de eventos, pegando um livro de botânica que vinha acompanhado das instruções para lhe servir como um guia no manejo das plantas.

O trabalho no cuidado das flores era relativamente simples e a limpeza do local também não era uma grande dificuldade, apenas requerendo precisão ao limpar perto dos vasos de flores – principalmente as orquídeas. Caso a Romanoff tivesse recebido essa missão durante a Primavera era um fato que Ravena teria de realizar a prática do comércio, que para alguém tímido e com falta de habilidades sociais não poderia ser pior, mas, felizmente já era Verão e naquele dia específico a clientela estava absolutamente zerada, somente alguns curiosos passavam para admirar a beleza das flores em exposição. No fim da tarde, a dona da floricultura retornava de sua missão e liberava agradecida a Romanoff pelo seus serviços.

— 2ª Missão —

Prosseguindo com seus objetivos, a jovem morena caminhava em direção a biblioteca localizada no centro do vilarejo. A recepcionista do lugar era uma senhora baixinha e um quanto tanto ranzinza, favorecendo para que apenas uma curta interação fosse necessária para que a garota pudesse começar a trabalhar. Diferente da primeira missão a qual não precisou de muito desempenho da sua parte, esta segunda missão exigia mais trabalho braçal da marionetista, que não via outra escolha a não ser utilizar de sua principal habilidade naquela situação: Chakura no Ito.

Como uma peça de teatro, os fios que originalmente controlavam marionetes fisgavam cada livro, mobília e até estante que a Romanoff precisasse levantar, enquanto essa passava o espanador pelas extremidades e interior das seções, itens empoeirados e organizava alfabética e numericamente cada livro a depender de seu conteúdo nas estantes corretas. Algumas pessoas que estavam frequentando o lugar durante esse tempo notavam o método criativo de limpeza que a Kunoichi adotava, não passando desapercebido pela mesma alguns dos sorrisinhos admirados com aquilo, fazendo a mesma encolher-se um tanto envergonhada pela atenção dos olhares. Ao final do expediente a recepcionista idosa agradecia com um tom seco pelo serviço, mas nada que a Romanoff se importasse muito, havia apenas uma única coisa pela qual a mesma desejava terminar esse fatídico dia.

Parar a si mesma de imaginar-se com um uniforme de maid ao invés de como uma bonequeira, droga!

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