Após resolver as diplomacias envolvendo a colonização de Nadeshiko, a Sombra do Relâmpago partia rumo ao seu último alvo na busca por novas terras: Chori no Sato. Como o próprio nome sugere e segundo as informações que Akira tinha recebido antecipadamente, Chori é um pequeno vilarejo que possuí como principal fonte econômica o seu trabalho de cerâmica – principalmente com a argila encontrada somente naquela região – além de sua localização dentro do País do Vento ser um ponto bastante favorável para o comércio, com suas redondezas arborizadas e próximas da Terra dos Rios entrando em contraste com a paisagem e clima desérticos do restante do país.

"Espero que o Kazekage não se incomode de estarmos visitando o seu país sem antes enviar uma mensagem." Akira pensava consigo, sobrevoando pelo horizonte em cima do pássaro gigante. "Eu diria para não fazer com os outros o que não deseja que os outros façam com você, mas eu seria tão hipócrita quanto você afirmando essa frase." A resposta de Son Gokū chateava Akira, em partes pela verdade da situação, fazendo com que tal Haruno levasse sua destra a cabeça em reflexão. "Está certo, no entanto, é tarde demais para voltar atrás agora, eu farei um pedido de desculpas pela minha imprudência posteriormente."

O silêncio se instalava depois dessas palavras, levando o restante do tempo para que pudessem focar no objetivo da missão, o que foi exatamente o que Akira realizou durante esse período. "Estamos chegando, as coordenadas batem corretamente." Dizia observando através da visão de sua invocação, que compartilhavam o mesmo sentido graças ao Dōjutsu, avistando de longe diversas construções adornadas com ladrilhos e com fumaça saindo de suas chaminés. "Não tendo dúvidas, é a Vila da Cerâmica." Preparava-se para pousar numa distância segura – cerca de 30 metros distante dos limites – deixando sua invocação alada para trás enquanto rumava em direção a entrada.

Porém, ao chegar mais perto, a visão que Akira tinha do vilarejo se distorcia completamente e numa forma nenhum pouco agradável. Sua percepção do estranho começava a partir da entrada, que não possuía ninguém a sua vigília, permitindo a infiltração de Akira com pouquíssimas dificuldades; o segundo elemento que lhe chamava atenção eram os habitantes, existiam poucos caminhando pelas ruas e esses estavam numa condição deprimente, com alguns possuindo roupas costuradas aos trapos ou magros o suficiente para que fosse possível visualizar sua caixa torácica saliente entre as poucas vestes, sendo a única característica em comum entre todos eles a expressão de angustia e sofrimento que carregavam suas faces; em terceiro, as construções que também estavam em péssimas condições, desde janelas quebradas até telhados completamente devastados, com as oficinas de matéria prima sendo a única coisa na vila num estado decente.

"Parece que temos um mau governo administrando essa região, bem, ao menos não me sinto mal de pensar que vou transformar esse lugar num local melhor." Pensava confiante, outra vez, até que sua linha de raciocínio era interrompida com um estrondo de algo desabando. Em passos rápidos, Akira chegava a poucos metros do local sem causar ruídos, mantendo-se atrás de uma das esquinas que existiam ali, enquanto prestava atenção ao que seria tal incidente. Uma dupla de homens estava a frente do que seria mais uma oficina do local, vociferando com hostilidade para uma outra dupla mais a sua frente, uma jovem garota que tentava levantar um idoso que também estava derrubado no chão. Ouvindo mais da conversa conseguia entender que se tratava de alguma forma de pagamento, como se a dupla estivesse cobrando o dízimo para aqueles civis e os mesmos não tinham mais nada para oferecer, elevando assim a fúria daqueles homens.

Não precisou mais do que alguns segundos para uma sombra surgir atrás deles, surpreendendo-os, quando percebiam a presença da figura de cabelos cor de rosa seus rostos já estavam enterrados na terra com demasiada força, nocauteando-os quase que instantaneamente. — Acalmem-se! Eles não estão mortos, apenas desmaiados. — Dizia para a outra dupla presente, que apenas acenava com as cabeças e gesticulavam em sinal de agradecimento. Akira perguntava-os sobre o que estava acontecendo e quais as razões para o vilarejo estar naquelas condições, e quando o velho conseguia reunir forças para ficar de pé, a resposta que recebia era um tanto inesperada: uma organização criminosa de Nukenins havia invadido o vilarejo, tomando a força o controle dos antigos líderes que cuidavam do local e o transformando numa base para suas atividades, que por sua vez apenas traziam miséria e sofrimento para todos os residentes que mais pareciam escravos a mercê daquela desgraça.

— Entendo... — Respondia ao final da explicação, enquanto a franja de seu cabelo obscurecia a visão de seus olhos. — Eu lhes peço um favor, reúnam todos os habitantes na praça central daqui à três horas, eu estarei me dirigindo a base principal dos criminosos e lidarei diretamente com o problema. — Explicava, arrancando feições incrédulas do velho e da jovem, mas que ao se lembrarem do feito de mais cedo decidiram confiar em Akira. "Não vá fazer besteira." "Nem vou, esses Nukenins já estão fazendo toda a besteira consigo. Retirando-se a passos firmes Akira caminhava em direção ao edifício que mais parecia bem conservado naquele vilarejo, acreditando que os seus eventuais adversários estariam a dentro fazendo qualquer coisa que deveria ser impedida o quanto antes.

Dito e feito; rapidamente Akira chegava ao que parecia ser uma espécie de casarão e logo em sua entrada um trio de guardas entravam em posição de combate ao avistarem a figura conhecida a sua frente. O semblante de Akira estava pacífico, mas sem aquele sorriso que tanto costumava esboçar, um claro sinal de que algo bom não viria dali. Sem cerimônias, Akira dizia sem nenhuma emoção na voz: — Vocês deveriam prestar mais atenção a sua volta. — O trio se assustava com essa afirmação e olhavam de relance para suas redondezas, somente para serem atingidos por cima logo depois, pelo vendaval criado no  bater de asas do pássaro gigante controlado pelo Rinnegan e que derrotava aqueles sem nenhuma dificuldade.

Adentrando a base da organização, não demorou muito para que Akira se encontrasse com mais dois Nukenins guardando um corredor – esses parecia mais fortes que os cinco primeiros que encontrava, porem – ainda não eram suficientes para lidar com a Sombra do Relâmpago no corpo-a-corpo ou mesmo acompanha-la em velocidade, sendo rapidamente neutralizados com um forte soco no estômago de cada um.

Com um estrondo, a porta que dava para o escritório do líder era arrombada com extrema força bruta, fazendo a mesma voar para frente da sala e quase atingir o chefe que desviava por pouco, mas que era surpreendido na sequência com uma barra negra atravessando seu ombro e lhe prendendo contra a parede. — Céus... Vocês fizeram tantos estragos a essa vila, trouxeram tanto sofrimento a esses moradores... E não aguentaram cinco minutos de luta? — Perguntava num tom debochado, todavia, sua expressão permanecia inerte para o criminoso preso ao receptor. — Tente o que quiser, você não vai conseguir utilizar seu chakra no momento, agora... Você e sua organização serão presos e não serão bem-vindos a nova colônia de Kumogakure no Sato. — Terminava, encarando o criminoso rendido a sua frente, já pensando no discurso que faria nas próximas horas e na revolução que seria a nova era de Chori no Sato.

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