Desde as mudanças repentinas na folha a vida de Ayako vem ficando de pernas pro ar, o próprio atual Hokage lhe deu uma missão para investigar mais sobre isso. O pequeno Hattori retornou ao deserto daquela vila que há muito tempo ele viu o inferno de perto, mas naquele dia ele se tornou um homem, ao lado de companheiros e irmãos ele deu tudo de si para salvar não só sua família mas também o mundo, se não fossem os esforços de Angell e Ayako as coisas seriam bem diferentes hoje em dia.

Ele se sentou em um pequena lanchonete que ficava na beira da estrada, precisava comer e descansar um pouco, a viagem ainda seria muito cansativa, um corpo fraco naquele deserto seria perigoso. Comendo e despreocupado apenas lendo as notícias, Ayako poderia ver as fofocas locais, coisas que deixaria qualquer Hattori irritado. - Souberam que os Hattoris não são daqui? O próprio Shion contou isso. - Um outro comentava. - Imigrantes desgraçados, vem em nosso mundo, fazem o que fazem e ainda mata uma coitadinha como Angell. - O dono da bar secava um copo e chegou a comentar. - Senhores, vão querer mais algo? Tem mais clientes esperando para sentar. - O outro gargalhou e cochichou.- Dizem que os Hattoris trazem doença, acho que vou começar a utilizar máscara, eles estiverem em Suna tempos atrás, a ruínas devem estar todas infectadas. - Ouvir tais coisas poderia deixar Ayako irritado, caso ele tentasse se levantar e ir tirar satisfações com os homens, um ser vestido diferente apareceu ao seu lado e começou a conversar com ele. - Ignore eles. - Ele poderia reconhecer a voz, era da sua irmã do outro mundo Angell Grey Hattori, ela olhou rapidamente pra ele, ele poderia notar ela utilizando óculos escuros, um gorro na cabeça escondendo seu cabelo, ela utilizava cores mortas como cinza e preto para tentar ocultar sua presença. - Você está sendo seguido, tem três homens sentados na mesa logo atrás de você, não olhe, estão te seguindo desde que passou pela fronteira de Konoha, continue olhando pra frente e faz exatamente o que eu mandar. - Angell foi abordada pelo atendente. - Bom dia querida, gostaria de pedir algo? - Ela apenas murmurou. - Um café por favor, puro. - Quando o homem se virou Angell voltou a cochichar para Ayako. - Nesse papel tem instruções  onde me encontrar, não provoque os homens que estão te seguindo, continue comendo, continua olhando pra frente, me encontre aí e lá explicarei tudo. - Ela empurrou a xícara para o lado e abaixo dela estava o papel que ela comentou, quando o atendente se virou para saber se ela queria mais algo a Hattori já havia desaparecido, só dependia agora de Ayako.

Ayako fez uma viagem tranquila. Ele não precisou se importar com a pressa de resolver um assunto, como numa missão comum, pois pouco esperava que, de fato, encontrasse muitas coisas em Sunagakure. Apenas precisava sair da vila para pensar melhor sobre tudo aquilo e, com sorte, ser encontrado. Passou a viagem analisando as possibilidades, e cada vez a loucura de Shion ficava mais sem sentido. Por mais que não conhecesse o homem com tanto afinco, ele sabia que, após os eventos na prisão, a batalha pela sua mente em Suna, ele dificilmente acabaria daquela maneira. Ainda mais depois de um espaço de tempo ainda mais incomum. Técnicas ninjas que o levassem a ser manipulado também estavam fugindo das suas concepções; ele tinha sangue de Uchiha correndo em seus dois olhos, não seria facilmente preso numa armadilha mental como aquela. As possibilidades recaíam, então, nas que ele já imaginava: fraudes. Só faltava o conhecimento do motivo.

O shinobi decidiu fazer uma pausa em sua jornada para comer alguma coisa. Precisava de energias se quisesse continuar naquela jornada. Escolheu um estabelecimento qualquer, de beira de estrada, apenas para experimentar o suco feito na região e comer alguns dangos de feijão. Ao fazer o pedido, coberto pelo manto, ele relaxou no banco sem a preocupação dos olhares rudes que estava recebendo em Konoha. Algumas pessoas foram entrando, como o esperado de lugares como aquele, o que não lhe fez dar muita importância. Seu pedido chegou sobre um pratinho pequeno, três espetos de dangos. Comeu devagar, se dando a oportunidade de descanso. Mas as pessoas ao seu redor não se importavam e continuar vomitando as ideias excêntricas sobre os Hattori. Mesmo assim, ele manteve sua calma. Por mais que seu coração batesse mais forte e tivesse que tomar cuidado para não segurar o copo de porcelana com força demais e arrebentá-lo, ele manteve a postura e o silêncio enquanto comia. Bando de idiotas, refletiu terminando um espetinho e então uma pessoa sentou ao seu lado.

Reconheceu a voz de Angell, mas não a sua Angell. Era aquela outra, que parecia ter vindo de outro mundo. Pela visão periférica de seu único olho, ele observou como ela estava escondida em trajes atípicos. Claro, ela não pode ser descoberta nesse momento, pensou dando uma mordida em outro bolinho. A mulher começou a explicar a verdadeira situação — ele estava sendo seguido desde a saída de Konoha. Ela nem precisava mandá-lo não encarar, ele sabia exatamente como lidar com aquela situação. Apenas manteve-se absorto em sua comida, fingindo não estar dando a menor atenção à mulher. Ela pediu um café, mantendo as aparências igualmente. Angell empurrou-lhe a xícara com as instruções presas num papel e deu-lhe mais ordens. Ayako não respondeu nem mesmo com um balanço da cabeça. Se houvesse algum ninja mais eficaz nos perseguidores, ele notaria.

A mulher sumiu tão rápido quanto apareceu. Ayako terminou seu suco calmamente, usando para digerir os bolinhos. Deixou seu copo de lado e puxou a xícara da mulher levando-o aos lábios, puxando o papel com a ponta dos dedos infundidos em chakra para segurá-lo firme, e devolveu a xícara ao balcão. Esfregou o nariz, fungando, e fechou o punho amassando o papel nele, mantendo-o assim em repouso sobre a mesa. Apoiou-se naquela mesma mão, evitando que parecesse suspeita deixá-la fechada tanto tempo, e terminou de comer seus bolinhos no mesmo humor de antes. Ao terminar, enfiou a mão no bolso para tirar sua carteira. Abriu-a e deixou o pequeno papel se abrir dentro dela, dando a impressão de que estava apenas contando o dinheiro. Tirou a nota selecionada, enfiando o papel até o fundo de sua carteira e a fechando. Deixou o dinheiro sobre a bancada e saiu, sacudindo o manto e ignorando as pessoas dentro do lugar e indo até o local indicado pela irmã de outro mundo.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

Consid.:

Jutsus Usados:

Era um verdadeiro Hattori, o garoto conseguiu sair dali sem mostrar qualquer suspeita, os homens disfarçaram quando viram Ayako passando, assim que ele saiu, eles fugiram pela porta dos fundos e foram se esgueirando pela floresta. Ayako seguiu seu caminho tranquilamente, talvez nem percebeu se ainda estava sendo seguido, ou pelo menos não se importou. Foi surpreendido quando os 3 homens apareceram na frente dele, os olhos dos homens estavam azuis, como se estivessem sobre um forte genjutsu, em seguida Angell apareceu. - Já está sobre meu controle. -

Com os homens detidos agora era o momento de extrair informações. - Para quem vocês trabalham? - Um deles começou a falar. - Não sabemos, fomos pagos para seguir o garoto Hattori e anotar o máximo de informação possível, depois teríamos que retornar em um local. - Angell olhou para Ayako, e em seguida se voltou para os homens. - Que local? - Eles iam começar a dizer quando o corpo deles começaram a se desfazer em cinzas. -Igual ao Senhor Light… Isso é obra de Lilith. - As cinzas dos homens voaram com uma breve brisa que passou, ela voltou a olhar para Ayako. - E você está tudo bem? Ta se alimentando bem? Eu sei das suas perguntas, mas antes responda as minhas primeiro. Como eles agiram com você? Te machucaram? E porque você está aqui? -

Ayako não era mais um garoto bobo. Ele saiu do estabelecimento, andando na direção indicada pela irmã de outro mundo, e não se importou com os possíveis perseguidores. Pela forma como a mulher havia tratado a situação, ele podia imaginar que a mesma possuía um plano contra aquilo. E, ainda que não desse a dignididade de confiar plenamente nos outros, ele soube que não devia ficar remoendo a possibilidade de estarem logo atrás dele. Quando os homens apareceram na sua frente, com os olhos brilhantes em tom azul, ele nem ao menos deixou a guarda alta. Angell surgiu logo em seguida, assumindo o controle mental deles. Dentro do manto, ele mantinha as mãos nos bolsos enquanto sua irmã realizava uma tentativa de extrair as informações deles. No entanto, ao pressionar mais os homens começaram a ser consumidos. Ayako pressionou as sobrancelhas, estranhando a situação. As cinzas que seus corpos foram se transformando era como uma chama de dentro para fora os consumindo a nível celular.

Lilith?, analisou o nome que Angell exprimia. As cinzas dos homens se dispersaram com a brisa de inverno que tomava o lugar, a mesma que fez tanto os cabelos pretos quanto o manto branco de Ayako sacudir para trás. Ele e a irmã trocaram um olhar rápido. Os questionamentos preocupados de uma irmã mais velha foram disparados como uma sequência de flechas. Ayako não conteve um sorriso no canto do rosto. A voz dela podia ser diferente, mas era difícil não se pegar lembrando da Angell de seu mundo. — Eu estou bem, apenas um pouco irritado com essa situação — ele começou falando, voltando a expressão impassível. — Irritado por ter que ouvir as pessoas falando que meu pai assassinou a própria filha, por vê-lo em cartazes de procurado. Irritado pela maneira como estão falando dos Hattori. — aquilo apertou seu coração. Seu maior orgulho, o sangue que corria em suas veias, sendo tratado daquela maneira era ultrajante. — Mas não fizeram nada comigo. O Hokage, inclusive, me promoveu a Jonin e aceitou minha cooperação na investigação do assassinato — ele complementou.

— Por isso estou aqui. Disse a ele que deveríamos começar a investigar nas ruínas de Suna, o lugar onde Hattori Shion ficou dois anos preso, porém, foi apenas para despistá-lo. Eu sabia que, em algum momento, algum de vocês viria até mim. Acho que estou começando a me acostumar com essa loucura — ele fez um deboche. Nunca se acostumaria de fato a ter seres de outra dimensão transitando através do espaço-tempo; menos ainda em ser filho de um deles. — Eu sei que ela está viva, mas preciso que você me fale. Preciso ouvir isso... — Ayako deixou rapidamente um suspiro escapar pelos seus lábios antes de falar: — Angell está viva, não está? Onde ela está se escondendo e por que isso foi necessário? É por causa de... Lilith?

Ayako tinha um olhar firme para a irmã de outro mundo — ele não era mais um garoto bobo.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

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Jutsus Usados:

Um grande alívio para Angell foi saber que seu irmão mais novo estava bem, ela não conteve um abraço nele. – Ainda bem, todos vão ficar felizes em saber. – Ayako começou sua sequência de perguntas, mas um comentário do garoto arrancou um sorriso do rosto dela, era saber que ele seria procurado por eles. – Você é mesmo nosso irmão, infelizmente nossa vida de Hattoris no momento é assim. – Mas notando que ele queria saber o principal ela abriu um sorriso pra ele. – Ela está viva, todos estão, estamos na Lua... Sim na Lua, aquela Lua. – Ela apontou para cima com a cabeça olhando para lá. Ela então olhou para o lado e viu alguns animais. – Vamos, aqui não é seguro. –

Enquanto os dois caminhavam para um local distante longe de olhos espiões, ela foi contando as coisas. – Lilith criou algo, um pesadelo que achamos ter terminado em Suna retornou, existe um falso Papai aí, está cometendo crimes em nome dela. Lilith deseja uma guerra, ela quer ver o mundo perseguindo os Hattoris, se nós fossemos ameaçados ou feridos, O papai não ficaria quieto, ele aceitaria a provocação e revidaria. – Angell olhou para Ayako. – A força é poderosa em nossa família, meu pai tem, eu tenho, minha irmã tem, você a possui também. Esse mundo não teria chance contra nós, nossa briga não é contra seus conterrâneos, nossa briga é contra Lilith, mas ela está usando o ego do nosso pai contra ele. –

A caminhada durou ate chegarem ao que sobrou de Suna, de longe já era possível ver uma grande lua, a fauna do local havia morrido sem Shion para mantê-la, enquanto os dois entravam naquele local Angell continuou. – Papai enfrentou Lilith sozinho, eu a enfrentei antes, mas... não tivemos chance, estava eu e Ayako juntos, ele mandou eu fugir eu disse não... – Angell se calou um momento, parecia incomodada. – Ela atravessou a barriga do nosso irmão o ferindo profundamente, Angell conseguiu curar, mas... Ele não vai mais poder andar. – Ela levantou a cabeça. – Nosso pai pegou a arma mais poderosa que existe e foi atrás dela, eu não sei o que aconteceu lá, mas ele voltou e voltou vivo, voltou com informações, algo interessante, um novo Doujutsu pelo que entendi, Tenseigan, algo que apenas os Hyuugas podem despertar. Meu sangue é parte Hattori, Grey e Uchiha, o seu é Yuki, Hattori sim eu soube da sua mãe, ela tinha DNA Uchiha, mas não conseguiu passar isso pra você, ou ate mesmo o papai. Angell tem DNA Hattori, Hyuuga e pequenos traços de Sarutobi, então ela provavelmente vai conseguir, e pelo que observei isso requer tempo. – Angell parou um momento olhando o local onde Shaka matou o falso Shion, aquele local a incomodou um momento. – Vou deixar você absorver tudo isso primeiro e continuamos quando estiver melhor. -

O abraço foi inesperado. Ele mal conseguiu retribuir. Esperava algo assim da sua Angell, aquela jovem pequena e carinhosa, cuidadosa com tudo e todos. Não da persona desenvolvida como uma conquistadora. Escondeu o espanto ao não modificar em nada a expressão em seu rosto, um truque barato, pois seu coração confuso batendo descompassado o delatava. Ser aceito por aquela versão da irmã não foi a mesma coisa, embora não tenha sido ruim. Queria não ser ingrato, entretanto, preferia estar de frente para a moça que o inspirara a se tornar um médico... e um ninja melhor. "A lua?!", ele ergueu o rosto descrente. Mas essa mesma descrença não durou mais do que um instante, quando pegou-se interpretado a possibilidade devido a antiga existência de duas luas — o satélite talvez fosse menos místico do que acreditavam os humanos. Deixou um sorriso escapulir em seu rosto, ainda olhando o céu. Ele não tinha dúvidas de que sua irmãzinha estava viva, mas obter a certeza era um verdadeiro alívio para seu coração tão machucado. Se ela estava viva, ele tinha ainda mais motivos para continuar sua jornada. Para continuar lutando.

Angell fez uma menção de saírem dali e ele a acompanhou calmamente, a ouvindo durante o trajeto. A ideia de outro falso Shion o incomodou, pois, o primeiro enfrentado e derrotado em Suna era bastante forte. Como seria enfrentar outro? Sentiu-se imponente outra vez. Não achava ter ainda os poderes necessários se fosse necessário — será que algum dia sentiria-se pronto? Lilith desejar uma guerra ajudava-o a criar deduções sobre a fuga da família, analisando o ponto de vista de cada um envolvido naquilo, mas preferiu continuar ouvindo antes de dar palpites. Ter informações nunca era demais.

Quando a irmã o encarou citando o vínculo existente entre eles, ele sentiu um calor se espalhando em seu peito. Quando ela passou a falar sobre a guerra que Lilith tanto anseia, o frio se espalhou na mesma intensidade. Os dois pararam na frente dos destroços do que um dia fora Sunagakure — a aldeia que sucumbira duas vezes aos terrores do mundo. Ainda havia vestígios da vegetação em pequenas folhagens escapando da areia desértica, mas até ele que não entendia nada de botânica conseguia notar como estava acabado. Shion era o núcleo da prosperidade das terras áridas de Kaze no Kuni. Angell seguiu sua história enquanto os dois seguiam mais adentro.

Lilith parecia formidável, para não dizer incrível. Tinha enfretado tantos Hattoris e ainda estava viva. Ouvir que um deles, provavelmente sua contraparte, a julgar pela falta de nomes, estava paraplégico o fez interromper a caminhada. Um tipo de força tão superior que nem mesmo Angell era capaz de curar soava como... algo forjado nas profundezas do inferno. A explicação sobre a jornada de Shion se tornou ainda mais confusa, mas isso era pela falta de informações. Gostaria de entender os acontecimentos na batalha onde Shion enfretara cara a cara a tal Lilith, mas só poderia sonhar em obtê-los se fosse através do próprio. Ainda assim, achou interessante analisar as questões genéticas de todos. Sentiu-se ainda mais fragilizado, o único a não ostentar poderes ancestrais incríveis como os Uchiha, os Hyuga ou mesmo os Sarutobi.

Parados numa posição onde a batalha antiga havia acontecido, Ayako não levou muitos segundos para estar pronto para continuar a conversa. Seu cérebro conseguia armazenar as informações e processá-las com uma velocidade impressionante. — Lilith... O que exatamente é essa tal de Lilith? Ela também foi indicada como Katsura... — ele questionou sem olhar a irmã, seu único olho continuava observando na mesma direção que ela, lembrando dos vislumbres que tivera anteriormente. — E esse tal Tenseigan, vocês acreditam que possa ajudar a enfrentá-la? Pois Shion também possui poderes oculares incríveis e ela ainda está viva... — quis não ser muito rude falando daquela maneira, mas Angell logo entenderia para onde ele estava se encaminhando.

Muitas possibilidades começaram a borbulhar em sua mente: Lilith podia ser uma inimiga do mundo deles; ela podia ser uma criatura completamente diferente, exatamente como descreviam Okina nos relatórios que ele tivera acesso como shinobi da Folha; Lilith podia ser alguém querido para Shion, assim como Shaka, e portanto ele não a estava fazendo verdadeiro mal, apenas protelando. Além disto, ainda não sabia muito sobre Shaka. Havia a possibilidade de ele estar arquitetando alguma coisa novamente. Eram tantas opções, mas ele partiu pela que mais o preocupava no momento.

— Shion não consegue derrotá-la ou não quer derrotá-la? — a pergunta saiu seca e pesada.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

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O garotinho arrogante havia mudado muito isso foi notado pela Angell, mas ele voltou a fazer perguntas. – Você acredita em inferno Ayako? Lilith é a filha do rei de lá, minha mãe se chama Katsura, essa Katsura que você conheceu é a mãe de Angell, ambas são de mundos diferentes. – Depois as perguntas mudaram para o Tenseigan. – Acreditamos que sim, é um poder oculto antigo. – Mas o garoto mandou um questionamento interessante. – Não... sentimentos era o fator que determinava ele não matar Shaka, já Lilith é poder, ela está além de qualquer coisa, Lilith tem influência em todos os seres vivos, ela manipula e os fazem agir a seu gosto, você viu os homens que nos seguiram, eles foram mortos em segundos. –

Angell voltou a caminhar com Ayako. – No entanto eu te procurei para saber como você estava, agora sei que está bem, agora irei te falar seu objetivo. Você será aquele que ira ajudar a falar de nós, você ira confirmar todas as mentiras que forem ditas, diga o que eles querem ouvir, ganhe a confiança dele, desgrace nosso nome, você será um agente duplo, acha que consegue isso? -

Inferno. De acordo com mitologias e histórias de ficção era um lugar onde as almas dos mortos ruins em vida iam sofrer pela eternidade. Ayako era familiarizado com o termo, embora não acreditasse tanto assim na existência real dele. Ouvir que a tal Lilith era mesmo de um lugar como aquele era, no mínimo, estranho. Ele chegou a pressionar as sobrancelhas pensando se devia mesmo aceitar uma explicação como aquela. Mas, na verdade, o resto do discurso é que foi importante; a parte citando Katsura. A amada de Hattori Shion, a mulher que dera a vida às Angells, portanto também ao Shaka. Mas não a nenhuma versão dele, claro. Ele era nada além de um bastardo. Estar ao lado daquela Angell, por mais que ela tentasse colocá-lo no mesmo estado dos irmãos, era um lembrete constante de suas origens... e sobre as origens, o Tenseigan parecia formidável se pudesse mesmo ajudar no combate à Lilith. E então, a parte mais importante.

Lilith era mesmo uma adversário surpreendente.

Um adversário que nem mesmo Hattori Shion podia derrotar sozinha. Ele não podia. Não era a mesma situação de Shaka, se ela estivesse falando verdade. Lilith era alguém incapaz de ser derrotada pelo homem mais forte vivo. Enquanto andava ao lado da irmã de outro mundo e refletia sobre esse detalhe, também mantinha a atenção no que ela falava, embora em segundo plano. O menor relance de uma lembrança de Lilith, ou Katsura, o forçava a ficar à beira de uma crise de risos nervosos. Esteve tão perto de uma verdadeira divindade e nem esteve ciente. Quando Angell terminou a pergunta, ele terminou a caminhada. Tudo o que ela estava falando até então tomou conta de sua mente e assentou. As informações processaram rapidamente, como esperado de um gênio.

— É impossível — ele assumiu. — Eu não posso falar mal do nome Hattori, não assim. Eu tenho orgulho desse sangue, desse nome. Posso sustentar o acontecimento da morte de Angell, posso mesmo. Mas não tenho como manchar o nome da minha família dessa maneira. — ele disse de forma orgulhosa, como se tivesse mesmo o direito para isso. — Se Lilith é assim tão poderosa, nós deveríamos alertar o mundo e preparar para o pior. Fazer essa brincadeira de esconde-esconde vai acabar levando o mundo à ruínas — encerrou-se com o vento assoprando seu manto para o lado, mas sem perder a postura firme e a expressão impassível no rosto.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

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A negação e Ayako era previsível, Angell colocou a mão no ombro dele. – Irmãozinho, eu amo meu nome Hattori, eu me orgulho por esse sangue que corre em minha veia, e corre na sua também, mas nós Hattoris lutamos por algo, lutamos por liberdade, e nesse momento a nossa liberdade esta em jogo, você precisa fazer isso, eu preciso, nosso pai precisa, nossa irmã, todos nos estamos contando com você. – Por fim ele voltou a agir como um garoto. – Lilith é a filha do ódio, o mundo já está nas mãos dela, ela já se espalhou pelo mundo como um parasita. Nosso pai me disse isso há alguns dias, uma mentira dita várias vezes se torna verdade, acho que você consegue entender essa frase não consegue? Tempo, paciência e estratégia é tudo que precisamos agora, o poder de Lilith foi capaz de destruir o mundo dos Otsutsuki em um instante, ela não pode ser provocada, por isso cautela é o primeiro passo. –

Por fim ela retirou as mãos do ombro dele. – Tem outra coisa que preciso que faça mas esse pedido é meu, vai esta acontecendo uma reunião de Kages em breve, use  a confiança que você tem com o Hokage, tente ir, descubra a conversa, mas lembre-se se apresente como Yuki Ayako, nunca como Hattori, vai salvar sua vida. E o principal, não é hora para ser uma criança, você já é um homem. -

Ayako não interrompeu. Ouviu tudo atentamento. Angell ainda era superior a ele, entendia melhor toda a situação. Ele tinha apenas informações soltas, um grande quebra-cabeças faltando peças. Conseguia entendê-la quando pedia que jogasse fora o nome Hattori. Fazia sentido a ele também, apenas doía. Mas não era um sofrimento como de imaginar sua Angell morta, ou seu pai prisioneiro por dois longos anos. Não. Era uma dor direto em seu ego, como uma criança mimada enchendo o saco dos pais porque quer muito ganhar uma estupidez de aniversário embora nem vá aproveitá-la. Num suspiro, ele abaixou a cabeça assentindo, concordando com os planos de Angell. Por mais que doesse, se fosse para conseguir ajudar seu pai e sua irmã... ele faria.

— Eu não sei até onde o Hokage irá confiar em mim, ainda mais se eu voltar com poucas informações — ele confessou pensando na conversa com o líder. — Ele também disse que teria métodos de invadir minha mente para encontrar a verdade... a menos que você possua uma forma de mexer na minha cabeça e evitar isso, não sei como serei realmente útil — ele falou virando-se para ela, apontando para a própria cabeça como se fosse a ponta de uma arma feita com o indicador. Não gostaria de perder suas memórias, mas, assim como o orgulho precisava ser sacrificado em nome de sua família, sua mente também seria um mero peão se necessário.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

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Angell balançou sua mão e seu cajado se materializou. – Existe um método, mas toda essa nossa conversa de hoje seria esquecida, no entanto eu posso deixar uma pequena palavra-chave para você recuperar tudo, pode escolher a palavra. – Com esse método Angell iria apagar toda essa conversa com Ayako, mas ele teria um pequeno comando para recuperar tudo.

O cajado materializado na mão de Angell era um claro sinal de seus poderes. A possibilidade de apagar sua memória estava diante dele. Restava escolher uma palavra-chave para retorná-las. Ayako desviou o olhar para a lua, respirando o mais fundo possível. Naquele mero instante, pensou em mais coisas do que gostaria. Lembrou do Chunin Shiken, de como descobriu sua linhagem, de como Shion desapareceu e também lembrou-se do Cerco, do risco de Shaka, da batalha contra o falso Shion e da morte de sua mãe. A mesma mulher que havia lhe dado a vida, sacrificara-se para que ele pudesse viver e vencer. O motivo de seus cabelos estarem coloridos em preto. — Hinka — ele disse ameaçando um sorriso cálido. — A palavra será Hinka. Direi ao Hokage que Shion é o assassino, aceitarei esse destino e renegarei meu nome. Hattori Ayako deve sumir no momento em que essas memórias se apagarem e Yuki Ayako deve retornar, então, por favor, coloque em minha mente alguma coisa que me faça crer na podridão dos Hattoris... — disse-lhe ainda encarando o horizonte, esperando que ela terminasse com aquilo o mais rápido possível.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
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Ayako escolheu suas palavras, agora ele iria encarar um fardo terrível que é o de não se lembrar da verdade sobre sua família. – Me desculpe por isso, durante alguns dias você irá dizer palavras fortes e essas palavras irá causar uma dor terrível em seu coração espero que consiga suportar isso de alguma forma. – Angell elevou seu cajado. – Sayonara otouto – E ao apontar para Ayako ele apenas se lembraria que foi a Suna e em Suna ele descobriu que Shion e sua família os Hattoris estiveram aqui recentemente, Shion parecia abalado mas não o suficiente para se importar com Ayako, Ayako olhou nos olhos do pai que teve coragem de matar a própria irmã e viu a frieza no olhar daquele homem, naquele momento Ayako entendeu, sim Shion foi capaz de matar Angell, era essa a verdade que sua mente teria, era isso que ele iria contar ao Hokage. Por fim Angell desapareceu.

Tendo escolhido a palavra de libertação, o plano estava selado. Ayako ouviu atentamente ao discurso da irmã de outro mundo, assentindo de forma suave, meneando sua cabeça e aceitando seu destino. Olhou o cajado se aproximar e fechou o olho. A energia atravessou seu corpo inteiro como uma corrente elétrica, alterando o rolo de memórias dentro dele. Viu-se perdendo as frações daquele acontecimento verdadeiro, chegando às novas memórias, as falsas, e não apenas imprimindo-as dentro de si; mas sentindo-as. Sentiu o peso de encontrar Shion, o assassino de sua irmã. Sentiu a dor de ter se enganado, de ter acreditado em um homem tão mal. E então tudo ficou escuro por um instante, e ao retornar ele se encontrava no deserto, sozinho. Em suas bochechas, lágrimas. Mas ele não conseguia entender como elas caíram, nem quando. Assim como não tinha uma noção exata de como estava em pé no meio da areia fria da noite depois de ter encontrado Shion. E isso era ainda mais doloroso.

Sentindo o vento frio lançar seu manto para trás, abrindo-o suavemente na parte de baixo e revelando sua silhueta, ele deixou o lugar onde um dia lutou a favor de Hattori Shion e voltou para sua vila onde não seria mais Hattori Ayako. Ele seria novamente Yuki Ayako.

Hattori Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

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