Novamente me via sobre o frescor corriqueiro que alastrava-se pelos entornos da vila. Eu estava sentado sobre um pequeno banquinho em uma praça pública qualquer tomando um suco de caixinha de sabor morango e observando o céus tentando contar as horas através dos polegares. As pessoas passavam sobre mim, todas com seus afazeres cotidianos, concentradas em fazer aquilo que sempre fazem todos os dias, tal como eu, que nesse momento, concentro-me em contar os minutos com as dobras do polegar. Momentaneamente, vejo um pássaro surgir sobre os céus e movimentar-se até minha direção, e tratando-se do mesmo animal que voôu até mim a alguns dias atrás, imaginava o motivo de sua vinda. Minhas suspeitas sanaram-se e tornaram-se reais após ver na perna do animal um envelope típico. Seguia o padrão habitual, com destinatário, lacre e até mesmo caligrafia. Eu leio-a e no mesmo instante que chego em seus últimos parágrafos, eu engulo intensamente todo o suco que bebia com tamanha empolgação. A academia ninja terá uma aula extra especial onde um shinobi graduado foi solicitado para comparecer a academia para demonstrar algumas habilidades básicas para inspirar os estudantes. A palestra será daqui uma hora, logo, não tardou para que eu chegasse em casa para vestir-me com minha roupa para qualquer ocasião, eu hatori branco. Minha empolgação era tamanha que fui capaz de chegar com uma pontualidade dígna de aplausos, no exato segundo e na exata posição: — Muito bem. É um prazer conhecer a todos. Chamo-me Kitsune Suisen, com os caracteres que formam a flor de narciso e o animal raposa! Hoje eu quero mostrar parw vocês alguns truques legais que aprenderão se esforçarem-se ao máximo na academia e tirarem boas notas! — Digo na tentativa de entusiasmá-los. Eu demonstrei aos estudantes alguns resultados práticos de algumas das técnicas ilusórias e fiz algumas gincanas simples utilizando das propriedades dos Genjutsus.
O dia tardou-se repentinamente, já que estava entretido brincando com as crianças da academia, afinal, eu não sou muito mais velho que nenhuma delas. Repentinamente, um dos instrutores convoca-me dizendo que um dos estudantes não compareceu a aula e não foi visto dentro da academia durante o período da tarde. Alguns instrutores já se prontificaram a procurá-lo e claramente eu também me voluntariei: — Tudo bem, irei encontrá-lo. Provavelmente ele não está muito longe. Não se preocupe! — Respondo-lhe com um sorriso genuíno e saindo do local as pressas para procurá-lo. Não demorou muito afinal o esconderijo do garoto era um local óbvio, um parquinho próximo, especificamente atrás de uma tenda de doces: — Ei rapazinho, garotos da nossa idade precisam estar estudando, não fazendo peripécias e saindo de fininho. — Digo-lhe um tanto esbaforido por não estar acostumado a longas caminhadas e por não ter um vigor tão incrível. Eu guio o garoto até academia onde deixo-o aos cuidados dos professores, retirando-me após o término das aulas, quando retorno para casa com a sensação de dever cumprido e olhares de admiração por parte dos estudantes.

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O crepúsculo da noite acompanhava uma brisa fresca de verão. O céu estava nublado em tons alaranjados que cruzavam-se por entre as gotas d'água que caíam dos céus e formavam uma aquarela sobre o ar. Eu estava deitado sobre o sofá estremecendo após uma soneca durante a tarde. Ao mesmo tempo que espreguiço-me, caminho até a cozinha para beslicar algum lanche qualquer. Antes que eu chegue, ouço alguns batuques na porta e em seguida, algo deslizar e encostar no carpete do vestíbulo. Eu vou até a entrada e pego a carta sobre minhas mãos e logo no princípio, reconheço a caligrafia do destinatário e o selo utilizado para lacrar o envelope, tratava-se de uma missão que havia sido determinada a minha pessoa para resolver. Lendo a carta com atenção, percebo que as missões não seria complicadas. Os primeiros parágrafos diziam a respeito de uma floricultura, propriedade de uma kunoichi que devido a seus afazeres como ninja, não tinha tempo suficiente para cuidar da loja. Os utlimos parágrafos diziam a respeito da biblioteca pública da Aldeia Oculta da Chuva, que devido a algumas visitas nos últimos dias e a falta de funcionários, acabou ficando um tanto empoeirada. Minha tarefa seria limpá-la.
De prontidão, vou até meu quarto lavar meu rosto para não ficar com o cenho marcado com as dobras do sofá. Em seguida, vou até a cômoda de meu quarto pegar minha bandana, atando-a sobre o pescoço segundos antes de abrir meu guarda-chuva e sair para fora. O primeiro lugar que vou é a floricultura, já que seu expediente encerraría-se daqui algumas horas. Chegando no local, a proprietária me dá algumas leves orientações e parte para cuidar de suas outras responsabilidades. O dia é bem calmo, a movimentação tem um rítmo bem lento e dificilmente compareciam a floricultura um grupo maior que duas pessoas. Passo a maior parte do tempo cuidando do estabelecimento até que o horário de expediente encerre-se. Eu finalizo o dia indo em direção a biblioteca da chuva, onde visto-me com um avental e um par de luvas. Passo alguns longos minutos cuidando de cada uma das prateleiras, o que somou-se em horas finais para acabar o dia. Assim que todo o local ficou livre da poeira e sujeira corriqueira, dirigi-me até minha casa com um sorriso genuíno em meu rosto e tomando um suco de caixinha que comprei durante a volta, contente com a sensação de dever cumprido.

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