Era mais um dia qualquer, o garoto levantava cedo para mais um dia de missão, era diferente agora em sua casa, tudo era mais silencioso, ele ouviu um barulho vindo da cozinha, e correndo foi em direção a ela, era de costume a Manma cozinhar cedo, e ele estava empolgado para vê-la.

Assim que chegou, se deu de cara apenas com panelas caídas, olhou para todos os lados vendo como aquela casa era vazia, lembrava que nunca mais veria Manma nem o Doutor.

— Que idiota, porque eu esperava ver alguém aqui? Ele estão mortos — dizia se ironizando, enquanto olhava para seus pulsos, rindo baixinho logo em seguida.

— Vamos cumprir nossas missões, temos muito o que fazer, não é? — pegava seu casaco preto, e ia em direção ao centro da missão.

Em passos lentos andava pela rua, olhava ainda para baixo tentando evitar os olhares das pessoas ao redor, se sentia mal pela morte dos seus pais, afinal havia passado pouco tempo, e ele se mantinha quase todo esse período dentro de casa, era seu primeiro contato desde então com o exterior.

Assim que chegou no quadro buscou uma missão, sem muito ânimo, viu uma que lhe cativava já, ir até outra vila pegar uma erva muito cara, ele já tinha feito isso antes, e amava o chá do cliente, logo resolveu ajudar.

— Acho que pode ser interessante, espero que não demore muito, não que eu precise voltar — dizia enquanto partia para a porta da vila.

Ele já sabia como funcionava, a erva já teria sido paga, ele só precisaria ir buscar, o que o cliente não teria feito pela raridade da tal erva, foi horas viajando, até que em uma estrada rochosa, foi parado por um banido, um que já conhecia Tamashi

— Boa tarde, senhor bandido — dizia o garoto, parando enquanto olhava para seus pés.

— Pequeno ninja! Eu não esperava ver o senhor por aqui, quer dizer, que bom te ver — respondeu o ninja, tentando não irritar o garoto, que já tinha mostrado sua força para eles.

— Como vão os negócios? — respondeu o garoto olhando para uma pequena quantia de ouro que estava pendurada no bolso do bandido.

— Que? Isso aqui? Não é nada, Pequeno ninja, a gente só tava de passagem, enfim, foi bom ver o senhor! — respondeu tentando esconder o dinheiro.

O garoto então se aproximou, passando entre eles como se nada tivesse acontecido, e continuou sua viagem até a pequena vila que pegaria a tal erva.

Chegando no estabelecimento, a atendente era uma jovem senhora, uma espécie de curandeira ou algo do tipo.

— Você deve ser o ninja de Kumo — disse a senhora que se aproximava com uma pequena bolsa cheia de ervas

— Sim, obrigado — respondeu o garoto enquanto recebia em sua mão a bolsa

— Deveria ficar, já está muito tarde, até mesmo um ninja poderoso como você, pode ficar ferido por descuido — a senhora dizia isso, enquanto olhava para o garoto com uma espécie de olhar de pena, aquilo fazia com que o mesmo baixasse sua cabeça tentando evitar qualquer tipo de contato visual, é como se ela pudesse enxergar a alma de Tamashi, e no caso, a alma estava ferida.

O garoto logo agradeceu, e partiu mesmo na noite, para Kumo.

— Vamos gente, conversem comigo, porque não falam nada? — enquanto andava, Tamashi questionava o motivo de suas personalidades não estarem se manifestando como antes, na realidade, desde a perda dos seus pais, o único que tinha se manifestado foi a Lilith, mas por um curto período de tempo.

Ele se sentia sozinha em todo o caminho de voltar, pensado no que a senhora tinha dito, tentava levar aquilo como algum ensinamento, procurava se apegar a qualquer coisa agora, mesmo desorientado, o garoto fez uma viagem tranquila, assim que chegou a Kumo, Tamashi entregou a missão, ainda pensando se existia alguma razão para aquela frase.

Considerações: