Fui cedo para pegar uma missão naquele dia. Desacompanhado de Frozen, cheguei lá sem chamar tanta atenção. O fato de eu ser um cego que conseguia me localizar por meus instintos, era a formula secreta para evitar olhares estranhos a um ninja cego. Mas obviamente a forma como eu me portava diante das pessoas, denunciariam minha deficiência. Um chuunin me entregou o pergaminho e eu fiquei perdido quanto a seu conteúdo.

— Por favor, poderia ler para mim?

Notando a situação, o sujeito fez sua caridade do dia. Teria que dar uns tapa em algum lunático que perturbaria alguém importante para a nação do trovão. Não demorei em seguir ao endereço contido no pergaminho e dito para mim. Apesar do problema visual, conhecia bem minha vila. Fui até o local e quando cheguei, fiquei em duvida do exato ponto que ficaria a casa do conselheiro. Ouvi um homem passar e fui até o mesmo.

— Com licença, poderia me falar se estou próximo do endereço...

— Oh, está sim rapaz. Aliás, estou passando por lá agora, pode me acompanhar se quiser.

— Agradeço, senhor.

O bom samaritano se prestava a me levar por onde ele seguiria. Isso poupou meu tempo e assim conseguiria defender a residência o mais breve possível. Chegando lá, parecia que nada de anormal teria ocorrido. O sujeito que estava comigo, se afastava e dizia que tinha algo a fazer ali agora de suma importância.

— Muito obrigado pela ajuda. Qual seu nome mesmo?

— Por nada, me chamo Chitoshi.

— Espere... Chitoshi? Me contrataram para impedir alguém com esse nome de fazer bagunça na casa do conselheiro do senhor feudal.

— Como é? Depois de eu te ajudar, você vai tentar me impedir? Os jovens de hoje não tem modos mesmo. Em guarda.

A aceitação do senhor, era nobre. Não recuava ou se recusava em lutar, pelo contrário, estava disposto a lutar contra mim. Me posturei e aguardei ele vir para cima. O homem avançou. Meus braços se mantinham a frente de meu rosto e minha perna esquerda permanecia a frente, e a direita a trás, montando minha base e equilíbrio. Quando o sujeito veio com com uma kunai pelo que pude ouvir, meus instintos revelavam a intensão do ataque dele, sentia que devia me esquivar. Ele atacou com um rápido ataque na diagonal. Eu recuei meu dorso para trás, e aproveitei o embalo do braço dele, e agarrei em seguida. Apesar da minha pouca força, usando daquele movimento, eu deixaria minhas costas no caminho do corpo dele, e puxando o mesmo, eu derrubava Chitoshi no chão.

— Maldito!

Fora tudo que ele teve tempo de dizer, pois eu o golpeava com um soco direto no nariz dele. Não fazia sangrar, mas deixava dolorido. Completei com um cruzado de esquerda e uma joelhada no queixo. Ele ficou irritado e saltou para trás depois. Novamente avançou, dessa vez com centenas de chutes, consegui me safar dos primeiros, mas depois alguns pegaram em mim na região dos braços, na costela e um próximo ao ouvido. Centímetros mais baixo e teria ficado com dor no tímpano. Aquilo me estressou, corri para o contra ataque, fingindo dar um direto, mas esquivei para o lado e dei um upper cut de esquerda no estomago três vezes e segui completando com um cruzado com o mesmo braço. Ele perdia o equilíbrio indo para a direita e aproveitei para puxar minha kunai e furar sua perna em dois pontos da doxa e na dobra do joelho. Com aquele ataque, eu o coloquei em xeque no chão. Sem poder se locomover, o mesmo se rendeu. O amarrei e levei para as autoridades shinobis. Meu trabalho estava feito.

Rank C — Reivindicação Descabida
Descrição: Um ninja de outra vila resolveu atacar um conselheiro do Senhor Feudal para roubar seu cargo. Antes que esse lunático chegue próximo da residência do conselheiro, encontre Chitoshi e derrote-o.

Mais uma missão fora me entregue, após dar cabo de Chitoshi. Talvez havia realizado a tempo suficiente para fazer mais trabalhos para a vila. Por sorte, agora me entregavam algo mais leve. Talvez estivessem me testando antes como um shinobi cego. Uma luta de cara, era evidente isso.

Aceitei a missão dada e me encaminhei até a floricultura. Ao chegar lá, fui recebido por um senhor que ficou me aguardando para abrir a loja naquele horário. Me entregou a chame e não explicou coisa alguma, apenas foi embora. Depois de ir, apenas explorei o ambiente da floricultura e aproveitei para cheirar o perfume de algumas rosas. Em alguns instantes, o primeiro cliente chegou.

— Olá, gostaria de lírios. Onde estão?

Fiquei um pouco envergonhado pela minha situação visual.

— Desculpe, senhora. Estou começando hoje, ainda não me recordo os locais.

— Oh, compreendo. Vou ver se acho então e aproveito para ver outras flores.

A boa senhora não poupou esforços e foi atrás do que queria. Logo mais ela vinha com não somente lírios, mas algumas outras flores, um jarro de barro e me pedia para que montasse aquele faço com as outras flores. Não sabia como fazer, mas usando as próprias mãos, fui montando como podia o arranjo de flores e tentando não fazer uma piada. Em alguns minutos, eu acreditava ter terminado.

— Está feito.

— Incrível... Mesmo sendo a sua primeira vez e possuindo uma deficiência visual.

— Como sabe do meu problema e que é meu primeiro dia?

— Meu irmão também é e eu sou a dona da loja, vim apenas lhe testar

— Entendi, hehe.

O dia passou e novas flores foram vendidas e a dona ficou aliviada em ter alguém fazendo o trabalho direito.

Rank D — Floricultura da Vila
Descrição: A garota que cuida da floricultura agora é uma Kunoichi médica muito atarefada. Sua missão é cuidar da floricultura enquanto ela está fora. Se tem alergias a flores, utilize uma máscara.

Quando finalmente teria acabado o horário de trabalho na floricultura, eu retornava ao posto para entregar o relatório da missão e logo mais recolhia uma nova para fazer. Esta por sua vez, exigia ainda mais precisão do contratado. Segundo o mesário, faria bem para mim testar até onde ia minha precisão, pois teria que realizar uma pintura em grande escala, em determinados pontos da vila.

Não havia o que fazer e como era um serviço da própria aldeia, fora me entregues os matérias necessários para a realização do trabalho. Fui até o ponto número 1 e lá eu comecei a fazer o que devia. Misturei em um recipiente, a tinta misturada com a água, afim de fazer um mesclado adequado. usei de meus instintos para mediar o peso em ml, de formas iguais entre tinta e água, para que não ficasse uma tinta fraca e feia.

Uma vez que havia completado este processo, eu me colocava no local de frente ao muro e usando o pincel de tinta, ia molhando o mesmo e deslizando de cima para baixo e de baixo para cima. Em movimentos suaves, que esticavam bem meu pulso e alongavam de forma lenta e saudável. Com muita calma eu fui pintando todo o muro daquele local e repassava a mão de tinta as vezes em locais que eu ficava um pouco aflito de não ter pintado. Era um cego em tiroteio, quase, e aquilo podia ser desafiador. Mas usando a lógica e a física, era só calcular o espaço do muro e fazer uma linha imaginária para seguir pintando e depois ir para os lados. Repeti esse processo ali e nos demais muros e ao terminar o que precisava, seguir embora.

Rank D — Reformas da Vila
Descrição: Desde o último ataque a vila está sendo reconstruída, e você como um jovem ninja deve colaborar. Sua missão é pintar muros e cercas por toda a vila.