Era um dia comum, nada fora do padrão. Fiz o desjejum em uma lanchonetezinha qualquer, uma refeição para começar o dia bem. Minha cabeça doía. Não havia muito tempo desde minha chegada naquele vilarejo desértico, não havia me acostumado direito com a rotina e nem com a vida militar, afinal agora era um Genin. Precisava arrumar uma forma de me manter, ouvira falar de missões que forneciam muito o sustento dos ditos shinobis. Bom, não era de nenhum mal.

Paguei ao tiozinho que de bom grado me serviu e dei um "tchauzinho", seguindo em direção ao quartel general. Lá, olhando os cartazes de missões disponíveis, peguei um papel qualquer e levei para uma moça que parecia ocupada com uma papelada enorme, talvez fosse a conselheira do Kazekage. – Eu vou pegar essa missão – ela me olhou dos pés a cabeça e carimbou a folha, guardando-a em algum lugar. – Quando a completar, terá sua recompensa – disse ela. Não tardei em deixar o lugar, queria cumprir o quanto antes meu dever e voltar a descansar.

A tarefa era encontrar um incendiário que destruiu provavelmente a única área florestal próxima a Sunagakure. Que desperdício. Decidi averiguar o lugar, e não demorei mais que dez minutos para chegar ao local do crime. Lá, tudo que pude ver eram cinzas e destroços, nada além do esperado. Mesmo assim, uma busca mais assídua deveria ser feita, então investiguei mais um pouco em busca de pistas. – Era o que eu procurava – achei um pedaço de pano rasgado por debaixo de um tronco de árvore, provavelmente em sua fuga deve ter se cortado, devido a mancha de sangue no tecido. O responsável pelo desastre não era dos mais espertos, pelo visto.

Bom, eu e minha espada de madeira ao meu lado estávamos prontos para uma aventura. Fechei os olhos e tentei reconstruir a cena, mas tudo era uma questão de sorte, deduzi pela posição antiga da árvore (antes de cair) e como o pedaço de pano se rasgou que aquele quem eu buscava devia ter fugido para não muito longe dali, provavelmente continuava sua missão como espião, ou pretendia mais ataques. Não devia estar na vila, e sim, acampado em seus arredores onde não há patrulha. Uma leve caminhada faria bem para as pernas. Larguei o tecido no chão e dirigi-me para o lugar escolhido.

Não demorou muito e achei, talvez, o tal incendiário. Já era tarde, o sol estava para se pôr quando vi ao longe a fumaça de uma fogueira, me esgueirei por entre as pedras para me aproximar sem ser visto. Estava lá, definitivamente era ele. Havia algumas armas espalhadas pelo lugar e uma cabana erguida ali para o proteger do sol durante o dia, a fogueira o mantinha aquecido na noite de temperaturas abaixo de zero. Bom, ambiente e alvo analisado, era hora do show. – Ei. Acha bonito ficar por aí queimando as coisas, palito de fósforo? – brinquei, talvez o irritasse com o comentário desnecessário e pejorativo. Dito e feito, ao notar minha presença o homem claramente mais velho que eu fez um cara de deboche e de irritação simultânea – O que você disse, pirralho?! – gritou, enfurecido e pegando uma kunai em sua mão.

– É surdo além de burro, zé fumaça? – irritá-lo parecia funcionar, queria desestabilizar seus pensamentos e tirar sua concentração para tornar a batalha mais fácil, visto a desvantagem de altura. O homem partiu em minha reta, empunhava a kunai com as duas mãos e queria enfiar a arma diretamente em meu coração. – Vocês não tem jeito mesmo ein... – minha perícia em espadas me permitia lutar bem até mesmo usando uma espada de madeira como a que carregava, ao sacá-la fiz dois rápidos movimentos consecutivos, um deles abateu a kunai com um golpe no pulso do homem, atirando-a longe. O segundo vinha com o objetivo de nocautear o rapaz, acertando-o diretamente na nuca e posteriormente o derrubando no chão a medida em que nossos corpos invertiam suas posições e davam as costas para ambos.

O resultado, é óbvio, ele permitiu-se cair de joelhos e logo enfiou a cara na areia. – Ham... Não manche o deserto com seu sangue de formiga, inseto. – completei, guardando a espada. Achei alguma corda pelo lugar para amarrá-lo pelas mãos e pés e fui o arrastando por todo o percurso até chegar na atendente que me delegou a missão – Aqui está seu peixe, onde está meu ouro? – brinquei. Peguei minha recompensa e saí, indiferente.

HP: 200
CK: 200
ST: 200