Frio. Calafrio. Gélido. Essas descrições descreviam além do tempo, o clima espiritual. As nuvens acinzentadas rodeavam e cobriam todo o rochedo da vila da pedra; mas não chovia. As casas e as poucas formas vivas - com exceção dos humanos - mostravam-se completamente entristecidos. As feições humanas já clamavam por alegria e sufocavam medo. 

Não era para menos, os rumores esdrúxulos circulavam pela aldeia. Que boato medonho. Seria hilário, se não fosse trágico. O que poderia ser mais hilário do que uma missão deste calibre cair em minhas mãos; logo eu, outra minoria deste mundo. Um transgênero. 

A carta sucumbia diante a brecha inferior de minha porta; por mais que baixo, pude ouvir o roer dela ao chão. Logo li e me movi. Fui investigar. Mantive-me emotiva por grande parte do tempo; aquilo de certa forma me afetava.

HP&CH: 200&200

As vezes o destino não podia ser entendido, muitos poderiam achar o destino algo lindo e bonito, mais na minha opinião ele sempre foi um bastardo filho de uma vadia sem pai nem mãe, mais não estamos falando do destino e sim do garoto ou garota, quer saber foda-se estamos falando da pessoa que agora começava sua investigação em busca de alguma pista, a grande verdade e que o kage ja tinha suspeitas sobre alguém, e agora restava a nosso herói ou heroína, quer saber desisto dessa merda, restava a aquele ser agora investigar a moradia do suspeito.

Considerações:

Corpos e mais corpos. Para uns, apenas corpos, para mim; a criminalização sobre as mulheres. Um contexto histórico. Um tema arcaico que ainda necessitava ser abordado no mundo atual. Definitivamente aquela situação causava tremores em cada osso do meu corpo, arrepiava cada pelo do mesmo. Uma luta diária devia ser traçada em nossos planos toda antes mesmo de sair de casa. Algo hediondo considerado como normal. A minha repulsa sobre o assunto gerava ódio, rancor e raiva e me tornava cada vez mais apta para resolver este assunto. As instruções eram claras; investigar. Em toda compostura de minha literatura, não fugi da luta! Ergui-me diante os devotos, mexendo meus ossos perante os destroços; — eis que ganhe um dos nossos! — Esbravejei.

Silenciosamente, tipo um gatuno (?) Que nada! Entrei com ódio no coração e dispensando cautela; os dois pés na porta. Arrombada! O estardalhaço da porta indo ao chão espantava os corvos gigantes que rodeavam o local. Por sorte, não havia ninguém em casa. Vasculhei. Em poucos instantes, num quarto paralelo, encontrei uma sala; trancada. Para ninjas como eu, aquilo era apenas um cisco no olho e logo o removi.

Meu mundo caiu. A sala de cinza como o dia, tornou-se vermelha como o sangue. Partes femininas do corpo humano jogadas no chão feito lixo. ''Que tipo de animal teria feito aquilo ?'' era o único pensamento que pairava minha mente. Voltei ao meu controle mental, neste momento pedindo ajuda até a Deus, mesmo sendo descrente. Friamente e enojada, analisava e ficava pronta para o próximo passo.

HP&CH: 200/200  

Um homem adentrava pela porta de sua casa, um sorriso bizarro se estendia em seu rosto, o mesmo logo falava em um tom alto enquanto abria uma porta que levava ao um quarto - A não vejo hora de trazer algo novo para minha coleção, as ultimas não eram tão lindas quanto as primeiras -

Considerações:

Rangidos [...] Barulhos de passos. O soar da madeira da casa sendo pisoteada ecoava diante aquela moradia sombria. ''Como poderia um ser vivo praticar tais atos e ainda sim conseguir viver naquele lugar ?'' Eram muitas perguntas e nenhuma resposta. Naquele momento estava agindo por impulso, na emoção. Historicamente falando, aquele feito não poderia ficar impune.

— Será meu dever julga-lo como culpado (?) — Repudiei-me

Pensei no que fazer; mas entrava num dilema. Caso eu matasse-o a sangue frio, seria eu o mesmo tipo de gente que ele ? Talvez. Mas justiça deveria ser feita e talvez não estivesse ali por ironia do destino, não havia possibilidade de ser coincidência. Cristalizei todo local; tampando qualquer forma de saída; cobri meu corpo com armadura de cristal e reivindiquei o trono.

— Como desejas morrer ? — Perguntei ao homem.

Em meus olhos, somente a tristeza e a fúria eram perceptíveis. Punhos fechados e prontos para ação. Pensamentos a mil, em busca de uma solução.

HP&CH: 200/188