Iniciava-se ali um dia comum como qualquer outro. A temperatura agradável e a pouca quantidade de névoa através dos troncos das árvores proporcionava para mim um lugar perfeito para o treinamento do que eu viria a aperfeiçoar. Estava agora nas proximidades de seu esconderijo, em uma floresta de troncos altos e copas bem fechadas, de forma que era difícil para a luz do sol atravessar e iluminar o lugar; este só era iluminado graças aos poucos filetes de luz que atravessavam pequenos buracos em vários trechos das copas das árvores. Pássaros realizavam rasantes através das copas das árvores e após manobras arriscadas, pousavam graciosamente em seus ninhos, trazendo gravetos e alimentos para seus filhotes. Quando despertei, meus olhos correram através dos arredores e encontraram a escova de dentes. Caminhei por alguns minutos até encontrar uma pequena cachoeira na qual tomei banho e me vesti de forma adequada para continuar o dia. Quando retornei a minha cabana, Samehada parecia levemente inquieta. Ainda não havíamos treinado muito desde que nos conhecemos e isso parecia incomoda-la, que grunhia algo sem sentido para mim. Tomei-a pelo seu cabo e segui em direção ao rio.

— Pois bem, vamos aprimorar aquela técnica? — Indaguei-a, ao que pareceu ter respondido com outro grunhido. Era uma espada consciente e deveras comunicativa, afinal de contas. Livres e desimpedidos, meus dedos alongaram-se e formaram alguns selos de mão. A grande espada tubarão transmutou-se após imbuída de chakra e por fim tornou-se um conjunto de correntes ligadas ao meu corpo através do braço. Era uma técnica avançada criada a algum tempo cujo objetivo era aumentar o alcance da Samehada e, ao mesmo tempo, tornar seu poder mais eficaz em batalha. Transformada, caminhei em direção as bordas do rio e meus pés tocaram a água. Senti a gelidez das águas e também a corrente avançando junto ao rio. Meus braços se moveram e juntamente a eles, as correntes, que avançaram com velocidade e poder contra uma árvore. Elas envolveram o tronco e em um puxão intenso, arrancaram-no dali juntamente as raízes que o prendiam no solo. Quando as coordenei para que retraíssem, elas se moveram sorrateiramente para próximo dos meus pés e em seguida empurraram-se contra o solo, enviando-me para o alto.

— Sim! Este é o domínio que eu almejava! —  Bradei alto, enquanto meu corpo começava a cair. Elas avançaram ao meu comando contra o tronco mais próximo e o movimento de retração fez com que meu corpo se aproximasse deles e fosse alavancado para frente, de forma que pousei no solo com segurança. Quando olhei para frente, meus olhos fitaram uma espécie de cervo de grandes chifres e multicolorido. Sorri com o desafio e avancei contra a criatura, que insistiu em fugir de mim. Era rápida e ágil como um animal de seu porte, mas a espada tubarão era uma predadora nata. Avançou com velocidade contra as patas do animal e a fera tombou, tendo sua energia vital gradativamente abatida. Caminhei próximo ao animal e ordenei que as correntes o largassem, indo embora em seguida.

Noctis: 755/1500 01/07

Considerações;: