Eu estava cansado depois de tanto treinar. Minha nova habilidade poderia me levar à novos caminhos para me tornar ainda mais poderoso?! Essa era uma das indagações que eu mais precisava responder. O chunin shiken com certeza me ajudaria a solucioná-la. Eu acordei cedo, me vesti como de costume, comi bastante para revigorar todas as minhas energias e recolhi meu material ninja. Sentindo-me novo novamente, fui em direção ao local demarcado previamente. Nenhum ninja de alta patente me designara ao teste, resolvi ir por livre e espontânea vontade, decisão a qual me arrependi no momento em que pude ver a extensa floresta. Atrasado como de costume, não pude ver nenhum ninja entrando aquela vegetação comigo. Contudo, eu tinha uma estranha premonição de que logo eu poderia encontrar alguém.

Passei o portão tranquilamente, enquanto esticava minha mão para trás e dava um sinal de "tchau" ao avaliador.
— Hmpf. Isso vai ser mamão com açúcar. — Falei convencendo-me. Muito embora estivesse um pouco aterrorizado com o que eu poderia encontrar lá dentro.
Meu terror se transformou em adrenalina no dado momento em que adentrei a mata. O suor escorria do meu rosto e os meus passos tornavam-se cada vez mais largos. Neste momento eu corria quando pude escutar, ao fundo, alguns passos sendo dados. Procurei uma área mais aberta, na qual eu não pudesse ser surpreendido. Temendo o perigo, concentrei energia natural no meu corpo e adentrei o modo sennin, evitando assim ter que lutar desguarnecido. Minhas suposições de estar seguindo eram verdadeiras. Lobos, provavelmente famintos, me cercaram em todas as direções. Era visível a saliva escorrendo de sua boca. Eu definitivamente não queria ser sua janta daquele dia, por isso rapidamente subi em um dos galhos concentrando chakra nos pés para que as solas de minha sandália se grudassem perfeitamente no corpo da árvore. No cume, fui surpreendido por uma estranha habilidade dos caninos: a escalada. Percebi então que a minha estratégia de poupar chakra não funcionaria neste caso. Uma pena, pois eu sabia que todo o chakra era precioso para enfrentar aquela densa floresta.

Desci a árvore saltando e rapidamente tomei uma postura defensiva. Os animais selvagens avançaram desenfreadamente. Enxergando seus movimentos, aproveitei uma brecha por eles dada e evitei ser engolido por suas presas e garras correndo à máxima velocidade. No mesmo instante, enquanto escapava, realizei alguns selos de mãos (2), e, manipulando minha natureza elemental, Mokuton, criei algumas espécies de galhos que avançaram e se agarraram à toda matilha, tentando restringir qualquer movimento dela, respectivamente.
— Vocês não são páreos para o grande Urameshi. — Disse aos lobos em um tom debochante.
Eu me ajoelhei ali naquele lugar mesmo, tomando algum tempo para poder pensar em toda aquela situação. Minha mente rápida e perspicaz logo formulou diversas estratégias, delas, optei pela mais simples, uma qual não fosse ter mais trabalho algum completando aquela tarefa, porém chamaria muita atenção.
— É, Manda-sama, nós vamos nos ver mais uma vez. — Contei ao vento.
Mordi meu polegar para fazê-lo sangrar um pouco, nada que me causasse dano. Executei alguns selos e levei minha mão ao chão, criando-se uma estranha figura.
— Kuchiyose no Jutsu!! — Exclamei.
Uma fumaça surgiu no campo. Dissipando-se, mostrou-se então uma grande serpente nela escondida. Novamente utilizei chakra nos pés e subi o corpo da serpente até chegar à sua cabeça. Estabeleci no centro desta, firmando-me com chakra aos pés para não cair ou balançar de forma alguma.

Não sabia se Manda-sama estava de acordo com isso, mas assim eu poderia me mover mais rápido, ter uma boa visão e utilizá-la para batalhar por mim.
— Manda-sama, este é o chunin shiken. Resolvi invocá-la neste mundo para que vossa mercê pudesse me ajudar a completá-lo. — Falei à cobra em tom respeitoso.
— Você tem algumas ideias loucas, Urameshi... — Ela respondeu consentindo.
Sua resposta foi como música aos meus ouvidos, pois agora sabia que podia contar com Manda para o que desse e viesse. Continuei minha jornada em busca de tal torre, não temendo, em momento algum, qualquer inimigo que surgisse.
Urameshi; 750/750 965/890

Armas ninjas:

Jutsus utilizados:

Considerações:

Eu e minha companheira corríamos a uma velocidade altíssima. O vento no cabelo e a emoção de correr tão rápido aumentava o nível de minha adrenalina no corpo. Minha busca continuava até o dado momento onde olhei para o alto, procurando a lua, e pude enxergar inúmeras sanguessugas caindo das árvores. Mantive a tranquilidade e avisei à Manda para que desviássemos de todos aqueles empecilhos provindos do nada. Continuamos a andar e evitar as predadores de sangue. Depois de um curto período de tempo eu levantei as mãos ao ar para me espreguiçar. Isso me trouxe uma grande surpresa: existia uma sanguessuga acoplada ao meu braço. Com a força proporcionada pelo senjutsu, removi-a do braço.

Ainda sim eu estava preocupado, se eu não tinha sentido aquela no braço, ainda por cima em um lugar tão visível, poderiam existir outras em meu corpo. Com minha inteligênciar afiada, passei a mão por todo o meu corpo. Escaneando a situação, senti dois seres nas minhas costas enquanto passava as mãos por ela. Agarrei-as bem pelo rabo e as puxei com toda minha força.
— Essas criaturas são mesmo um saco. — Indaguei. — Manda-sama, eu não pretendia utilizar isto agora, mas as circunstâncias me obrigam a tanto. Agora, infelizmente, vou ter de mandá-la de volta ao seu lar. — Falei enquanto realizava alguns selos de mãos.
— Que seja, pirralho. Estou muito cansada para perder tempo com as bobagens de vocês ninjas — Retrucou a grande serpente.
Ri da situação enquanto Manda subitamente voltava ao seu domicílio. Uma fumaça surgiu no campo, mas eu continuava pairando no ar.
— Doton: Keijūgan no Jutsu!! — Exclamei. — Agora essas coisinhas não vai mais encher o meu saco. — Pronunciei em um tom baixo.

Meu corpo começou a ganhar altura enquanto eu esquivava das sedentas criaturas sugadoras de sangue. Eu subi ao ponto de conseguir ver a floresta de cima. Para me certificar e me manter seguro, chequei todo o corpo. Por sorte, nenhuma invasora estava grudada ao meu corpo.
— Agora esse teste vai ficar muito fácil. — Bufei.
Fui voando e olhando para baixo. Procurava terminar esse teste o mais rápido possível.  
 Urameshi; 750/750 895/890

Armas ninjas:

Jutsus utilizados:

Considerações:

Eu continuava a voar quando pude ouvir algo vindo de muito longe. Na verdade, os meus ouvidos escutavam algo semelhante a um grunhido. O barulho parecia vir da minha frente, ou seja, à alta altitude. Pressupus ser uma ave. Decidi evitar possíveis confrontos desnecessários e rapidamente desci, indo de encontro ao chão. Coberto novamente por uma densa floresta, esperei não ser alvejado por mais ninguém. Para me certificar de não ser surpreendido por sanguessugas, moldei uma espécie de "guarda-chuva" feito de Mokuton a partir de minha mão. Ele tinha dois metros de diâmetro, tamanho grande o suficiente para cobrir toda a área minha possível de ser atacada por cima.

Continuei correndo como um louco à procura da torre tão desejada.
 Urameshi; 750/750 855/890

Armas ninjas:

Jutsus utilizados:

Horas voaram... Eu ainda não tinha percebido, mas o sol insurgente invadiu as pequenas frestas formadas pela projeção de centenas de folhas amontoadas. Escorei o meu guarda-chuva e fui acertado em cheio por um raio, justo no olho.
— Ai!... — Espirei enquanto movi os dedos aos olhos, criando um pequeno momento de acalento.
Eu sabia que estava atrasado, mas as circunstância tinham, infelizmente, me forçado a tanto. Eu já estava de saco cheio desse teste, não via a hora de finalmente poder encontrar a maldita torre. Antes disso, não sabendo o quanto tempo ainda tinha até à torre, resolvi fazer uma pausa. Sempre em alerta, mantinha-me constantemente com o senjutsu ativado. As marcas espalhadas pelo rosto já não me assustavam.

Andei por algum tempo, buscando um rio. Porém, antes de encontrá-lo, pensei em fazer outras necessidades de sentido excretoras. As fiz em um matinho ali perto. Mesmo sem um pé de gente, as fiz com um pouco de vergonha. Engraçado, aquele era um dos momentos de maior vulnerabilidade de um ser, não é à toa a ação que alguns animais tomavam enquanto as faziam. Terminei ambas as necessidades e as despejei em um local apropriado para tanto. Continuei minha busca por uma fonte d'água. Nela, comecei a salivar loucamente e minhas mão tremiam como nunca. Uma obviedade: meu vício. Retirei do meu bolso um doce e o engoli como se minha dependesse daquilo. Aquela fonte de açúcar percorreu rapidamente o meu corpo. Um único doce não seria suficiente depois de tanta abstinência, retirei um segundo do bolso, mas controlei o impulso quando escutei alguns sons estranhos vindo da mata. Rapidamente me movi à uma árvore e me escondi, tentando ocultar minha presença completamente. Por um instante, a adrenalina subiu à cabeça e me fez esquecer o vício. Para falar a verdade, isso acontecia há um bom tempo enquanto eu estava nessa louca jornada.

Maravilhado por essa observação, decidi não comer o segundo o doce. Eu estava mudando. Muito, por sinal. Se fosse traçada uma trajetória de toda minha vida como um ninja, eu não poderia mais ser comparado àquele que concluiu a academia, muito embora guardasse alguns traços característicos desta época. Eu estava atrasado, tinha logo de encontrar uma fonte corrente de água, talvez ela também contivesse um pouco de comida para sanar minha intensa fome. Marquei a árvore com uma kunai e iniciei a caçada. Depois de muito andar, pude encontrar um lugar por onde alguns animais vegetarianos convergiam, pelo menos era o pressuposto por mim. Andando por algum tempo, cheguei à margem de um rio. Alegrou-me a visão ver aquela poderosa água corrente. Pulei nela como um porco em contato com a lama, deixando para trás apenas minhas roupas de cima. Mergulhei bem fundo, revigorando o meu espírito e bebendo um pouco d'água. Aproveitei o momento para também capturar o café da manhã.

Saí do rio com dois peixes em mãos e com as roupas de baixo encharcadas. Dei alguns pulinhos e um tapa no cabelo, esperando me secar mesmo que pouco. Vesti as roupas deixadas para trás e finalmente fiz minha refeição. Com fogo feito à moda antiga, fritei os dois peixes até quase queimá-los, garantindo assim que todas as bactérias reduzissem-se à corpos mortos. Finalmente estava pronto retomar a marcha de tanto tempo: a ida à infame torre. Corri, indo de encontro à árvore antes demarcada. Aquele era o marco-zero, agora era hora de continuar. Tomei um ar, um pouco de água, concentrei força nas pernas, revigorei a mente e segui, buscando a torre.
 Urameshi; 750/750 855/890

Armas ninjas:

Jutsus utilizados: