Post #01

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A cobra anciã parecia gostar de conversar, embora fôsse bem perspicaz e direta em suas perguntas.
— Meu propósito, hein?! — Pausa. — Bem, desde jovem eu sempre fui do tipo que gostava de me meter em enrascadas e procurar briga com qualquer um. Quando eu me tornei Genin as coisas continuaram as mesmas, mesmo realizando um número considerável de missões e entendendo mais sobre o mundo nada mudou. Contudo, alguns acontecimentos recentes têm mudado a minha mentalidade e a forma como eu vejo o mundo. Hoje em dia eu me considero um ninja que quer proteger as coisas importantes para mim, muito embora eu ainda seja um cavalo indomável e me importe pouco com as coisas. Engraçado, eu sempre tive um talento incomum de provocar as pessoas e deixá-las irritadas, porém eu ainda sinto uma estranha vontade de proteger os meus amigos. Poucos são eles. Me preocupa o mundo ser tão grande, então eu devo me preparar da melhor forma possível, obtendo a maior quantidade de poder possível. Acho que essa é a essência de qualquer ninja… Afinal de contas. — Discursei.

A serpente além de questionadora também era boa ouvinte. Ela sequer mexeu um músculo do corpo ou fez não escutar enquanto eu falava.
— Você é um jovem incomum, Urameshi. — Ela disse. — Ali, sente-se naquele canto e tente me mostrar o pouco que já sabe. — Concluiu.

As ordens eram claras. Me sentei, respirei e comecei a fazer exatamente o que eu há pouco treinara: ignorar meus pensamentos e entrar em contato com a energia natural. No meio do processo eu pude sentir uma gota caindo em minha cabeça. Destarte, foi um incômodo, porém, conforme o tempo se passava, ela parecia concentrar ainda mais energia natural à minha volta. Era clara, eu podia senti-la facilmente. Eu tinha certo contato com a energia natural, mas ainda não conseguia utilizá-la de qualquer forma. Esperei algumas dicas da anciã, ela com certeza saberia o que fazer.
Urameshi; 750/750 890/890

Post #02

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Minha mente voltara à realidade, afim de assim escutar as palavras da anciã. A cobra, antes direta, mudara um pouco sua personalidade. Tagarelou um bocado, muito embora esta mudança súbita tenha sido movida pela minha falta de noção de como interagir com a energia da natureza ali presente. Eu consegui entender tudo dito por ela perfeitamente. Minhas capacidades cognitivas eram boas o suficiente para conseguir assimilar tudo aquilo com relativa facilidade. Se não fosse minha pouca humildade, eu diria que sim, eu sou um gênio.

Pois bem, era hora de tornar as abstratas palavras da serpente em algo real e palpável. Tomei fôlego e, ainda sentado, concentrei-me para ignorar todos os pensamentos e ficar completamente imóvel, assim como uma pedra. Com os devidos procedimentos introdutórios tomados, deveria agora entrar mais uma vez em contato com a energia da natureza. Aquela gotejo em minha cabeça parecia realmente me ajudar, pois eu sentia uma forte e grande quantidade de energia natural ao meu redor. Aos poucos fui tentando, manipulá-la para, enfim, absorvê-la.

Inútil. Eu não conseguia, por mais que tentasse, fazer toda aquela energia adentrar meu corpo e possuir-me. Ainda sim, não desistiria tão facilmente. Continuei tentando e sempre lembrando das dicas à mim cedidas, este era, no fim, o único pensamento recorrente. A união entre as três formas de energia era complicado, ela tinha de ser perfeita no meu corpo. Do contrário, eu estaria falhando. Minutos e horas se passaram sem que eu conseguisse absorvê-la. De repente, em um clique, consegui fazer com que um pouco de toda aquela concentração energética me rodeasse. Em outras palavras, conseguia manipulá-la, de alguma forma. Porém, de forma alguma ela entrava no meu corpo e compartilhava seu poder comigo.

Começava a perder a calma, um grande problema para o treinamento. Meus olhos se abriram, uma pausa para o treinamento e meu estado de espírito.
— Manda-sama… É muito difícil absorver energia natural. Você não teria nenhum tipo de dica que eu pudesse usar? — Perguntei um pouco aflito.
Urameshi; 750/750 890/890

“Não absorvê-la, mas sim deixá-la fluir, hein? Será que eu sou capaz de fazer isso?! Bem, é melhor eu tentar de uma vez.” Refleti comigo mesmo acerca das palavras há pouco ditas por Hakuja. Sua dica também não foi em vão, ergui-me em um único movimento e, após utilizados os respectivos selos, utilizei um ninjutsu capaz de criar cópias minhas perfeitas.
— Kage Bunshin no Jutsu!! — Exclamei. Duas cortinas de fumaça longas surgiram ao meu lado, revelando, quando dissiparam-se, perfeitas cópias feitas à minha imagem. — Vocês, vamos treinar juntos para adquirir um poder ainda o maior, o poder do chakra da natureza. — Falei para que as cópias me seguissem no treinamento.

Nós três sentamos um ao lado do outro, permanecendo todos abaixo de uma goteira. Cruzamos as pernas, unimos as mãos, fechamos os olhos e novamente iniciamos o processo. Entrar em contato com a energia da natureza já não era mais problema, conseguimos fazê-lo facilmente. Já em contato, agora buscávamos deixar que aquela energia fluísse pelo nosso corpo. As gotas desciam, uma à uma, acertando nossas cabeças como se fôssemos alguma espécie de empecilho para elas. A força delas com certeza desconcentraria-nos a qualquer momento. O clone à minha esquerda não se controlou e explodiu, em fúria, por estar naquela situação. O estresse nos descontrolou e uma briga generalizada aconteceu.

Hakuja tratou de nos lembrar o porquê de estarmos ali, fazendo-nos voltar aos nossos respectivos lugares. Mais uma vez, reiniciamos o processo do início. “Ignorar tudo, ignorar tudo” foi o que todos pensávamos ao mesmo tempo. Mas aquela goteira não parava de pingar e atrapalhar nossa concentração. Ainda sim, persistimos e tentamos desesperadamente alcançar um estado de espírito capaz de ignorar todo o ambiente. Um dos clones de fato conseguira se concentrar em um ponto onde era capaz da energia fluir para seu corpo, porém não durou muito e ele logo se perdeu nos seus pensamentos.
— Vamos, nós conseguiremos fazer isso a qualquer custo. Do contrário, não seríamos nada além de perdedores. — Exclamei em tom motivacional.

O tempo correu e nós estávamos todos ali, inertes como um vegetal enterrado à terra, tentando, de algum modo, fazer aquilo passado pela anciã. Um clone finalmente conseguiu, de forma perfeita, se tornar uno com o mundo, ignorando então todos os pensamentos. A energia natural começou a fluir pelo seu corpo e tanto eu, quanto o outro clone pudemos perceber isso. Feito isso, eu não tinha mais porque tentar fazer aquela energia fluir para dentro de mim. Desfiz o clone, obtendo a experiência dele e todos os seus aprendizados. Para provar a sensação em meu corpo, segui todos os passos dados por ele e consegui, finalmente, fazer aquilo tão desejado.
— Eu consegui, Hakuja-sama, eu consegui! Finalmente fiz a energia natural fluir em meu corpo. — Disse animado enquanto desfazia o segundo clone e me levantava.    
Urameshi; 750/750 840/890

jutsu utilizado:

Hakuja-sama era muito inteligente, ela parecia pensar em tudo dez passos à minha frente. Talvez tamanha inteligência se devesse a sua experiência de vida, no fim das contas ela parecia ser uma serpente muito vivida. Deixei de lado tais questões superficiais e retomei o treinamento, porém com uma dúvida.
— Você sabe mesmo das coisas, Hakuja-sama — Cortejei-a não querendo soar arrogante. — De qualquer modo, eu acho que você se enganou ao dizer “absorver”. Você quis dizer deixar fluir para o meu corpo, certo?! —  Falei em tom amistoso.
De qualquer modo, seja um ou outro, continuei meu treinamento para dominar a energia da natureza. Para começar eu saí debaixo daquela goteira e permaneci em um lugar escolhido pela aleatoriedade. Sentei-me, uni as mãos e fechei os meus olhos. Novamente, entraria num estágio de espírito capaz de sentir e deixar a energia natural fluir para meu corpo.

Eu estava num mundo completamente novo. Era impressionante como minha vida mudava de um jeito absurdo desde os dias de quando aprendi o Mokuton. Eu, que antes era problemático e de uma personalidade difícil, agora estava conseguindo obedecer ordens. Uma mudança tão súbita quanto esta era proveitosa, para falar a verdade. Agora eu poderia encontrar alguém para proteger com unhas e dentes. Era esse meu propósito, encontrar alguém para defender. Mas antes de procurar esse ser, deveria primeiramente treinar e obter um poder suficientemente grande para que ele nunca sofresse.

Para enfim dominar o Senjutsu, eu agora deveria equilibrar as três energias: espiritual, física e da natureza. Já ignorando todos os pensamentos, a energia ao meu corpo e aos poucos foi dividindo espaço com as outras duas formas de energia. Controlá-las era difícil, nunca tinha feito nada como aquilo. Com certeza teria de superar os meus limites caso quisesse chegar a um ponto antes inimaginável, mas que hoje estava ao meu alcance. As primeiras tentativas reduziram-se à indubitáveis falhas. Persisti, era única coisa que restava para alguém como eu. A minha alta inteligência pouco ajudava, esta era, sem dúvidas, uma questão de prática.

“Dividir as energias em porções iguais, um terço para cada.” era a minha reflexão enquanto tentava regular e manter o nível. A dificuldade estava em executar duas ações ao mesmo tempo: deixar a energia natural fluir para meu corpo e controlar a energia física e mental em proporções iguais. Horas se passaram e eu adquirira um progresso notável. Eu já conseguia manter o nível de energia da natureza, porém ele era baixo e insuficiente para utilizar chakra de Senjutsu da forma correta. O contrário também acontecia, muitas vezes fluía energia natural demais para meu corpo e eu perdia completamente o controle. As falhas foram se somando, mas eu ainda estava ali, inerte, mantendo-me erguido ante qualquer intempérie.

Minha noção de tempo estava distorcida, eu sequer pensava nisso mais. Tudo o que eu fazia era tentar regular os níveis variados de energia. Neste momento eu percebi o meu erro, algo muito simples estava impedindo meu sucesso. Eu esforçava demais a minha mente para controlá-los, por isso eu gastava muito apenas regulando as próprias energias do chakra. Eu esqueci completamente da parte física. Fiz força de dentro para fora, trabalhando corpo e a mente ao mesmo tempo, dividindo o comando da minha vida entre ambos. Com isso foi possível, eu finalmente regulei os três níveis de forma perfeita. Uma estranha aura me rodeou, pude sentir um estranho poder agarrando-se ao meu corpo.
— Eu… Consegui, Hakuja-sama? — Perguntei um pouco assustado.      

Urameshi; 750/750 840/890

Entendo. Existia uma poça no chão a qual utilizei para ver o meu rosto. Meu rosto estava repleto de marcas, eu podia sentir a energia fluindo pelo meu corpo. Podia sentir minha força física aumentando consideravelmente, bem como a minha velocidade. Fui então levado à provar as minhas habilidades físicas contra estátuas presentes no espaço.
— Ok. Vejamos do que eu sou capaz. — Falei curioso para entender melhor a extensão de meus poderes.

Fui andando lentamente ao espaço resignado. Eu estava, definitivamente, estranho. Concentrei minha força nos braços e segurei a estátua. A levantei como se fosse uma pena. Que estranho, mesmo sendo um usuário nativo de ninjutsu, eu tinha a estranha sensação de que eu poderia permanecer de pé mesmo ante um usuário assíduo de combate corpo-a-corpo. Não colocaria meu corpo à prova, mas ainda sim essa estranha sensação me acometia. Para continuar me divertindo, acertei as estátuas com golpes físicos como socos e chutes. Fiz um verdadeiro estrago. Finalmente estava demonstrando um pouco de minha personalidade indomável e destruidora. Contudo, fiquei com medo de que tivesse passado do ponto estragando todas estátuas.
— Desculpe-me, Hakuja-sama! Acho que me empolguei um pouco. — Sorri ao final.

Jutsu de suporte:

ps:

Urameshi; 750/750 1140/890

O que Hakuja disse foi bem assustador. Não esperava nesta vida, nem em outra, que fosse ver algo como aquilo, pessoas totalmente petrificadas. Fiquei surpreso e ao mesmo perplexo, poderia ser eu ali no lugar daqueles homens.
— Agora que você disse isso, eu sinto um pouco de arrependimento de ter destruído essas estátuas. Não quis ser desrespeitoso, seguindo o meu código, é algo muito ruim desdenhar das lembranças alheias. Ainda mais pensar que poderia ser eu no lugar deles, caso não conseguisse utilizar o Senjutsu com proeza. Devo muito à você, Hakuja-sama. Sem você, com certeza eu não teria aprendido o Senjutsu. Manda também está por aqui? Eu queria agradecê-la por ter tido tanta paciência comigo.

Andei pela caverna, sentindo um pouco mais da natureza a minha volta.
— Depois disso tudo, Hakuja-sama, você teria mais alguma coisa para me ensinar? — Perguntei.

Ativos:

Urameshi; 750/750 1140/890

Eu estava feliz de ter obtido tamanho poder. Eu sabia também que deveria usá-lo com responsabilidade, respeitando sempre o meu próprio código.
— Dito dessa forma... Você tem razão. — Falei.
Fui andando até chegar em minha Sensei anterior, Manda-sama.
— Manda-sama. — Reverenciei. — Olhe o meu rosto... Eu consegui, eu finalmente dominei o Senjutsu. Eu devo muito à você, sem suas dicas com certeza eu não conseguiria tamanha força. Vamos nos ver outras vezes Manda-sama, principalmente quando eu estiver enrascado. Hahahaha! — Discursei e gargalhei, ao final.

Dias tinham se passado comigo naquela caverna. Eu estava impaciente para sair dali e voltar à Konohagakure.
— Alguém poderia me mandar de volta? Acho que chegou a hora de voltar à minha vila... — Falei.

Ativos:

Urameshi; 750/750 1140/890